Sidrolandia
Placa do Mercosul incluirá chip prometido para veículos desde 2012
'Placa eletrônica' vai mandar informações por rádiofrequência sobre chassis, ano, modelo e placa, quando o veículo passar por antenas instaladas nas vias.
G1
15 de Março de 2018 - 07:00
Além de visual e nova combinação de números e letras, a placa do Mercosul, que começa a valer no Brasil a partir de 1º de setembro, vai substituir o sistema que previa a implementação de chips em carros desde 2012.
De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o Sistema Nacional de Identificação de Veículos (Siniav), que teve um início frustrado em Roraima e depois foi adiado diversas vezes, será integrado à nova placa.
O que o chip da placa vai fazer?
- Envia dados do veículo por radiofrequência para antenas instaladas na via;
- Compartilha dados entre as polícias Federal, Rodoviária e estaduais, Receita Federal e receitas estaduais;
- Pode dar acesso a sistemas de portões e cancelas, permitindo liberação automatizada em pedágios e estacionamentos.
O que não vai fazer?
- Não há localização ou rastreamentos por GPS;
- Não vai conter informações sobre os condutores ou proprietários;
- De acordo com o Denatran, não existe uma previsão de controle de velocidade pelo sistema;
- Ainda não há uma punição prevista para quem não tiver o chip instalado.
Prazos e preço
A partir de setembro próximo, o chip estará com a placa do Mercosul em veículos novos, aqueles que fizerem transferência, de propriedade ou município, e os que precisarem trocar de placa por algum outro motivo.
Para o restante dos veículos em circulação, a data limite para que todos tenham a nova placa é 31 de dezembro de 2023 (veja detalhes de como será a placa padronizada do Mercosul).
“O chip nas placas substituirá o chip previsto no Siniav, justamente para evitar um custo dobrado para os consumidores”, afirmou ao G1 o Ministério das Cidades, pasta a qual o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) está ligado.
Não existe um tabelamento de preços para as placas veiculares, e os valores são estipulados pelo próprio mercado. De acordo com o Denatran, com a retirada de itens como o lacre e a película refletiva na nova placa o preço praticado pode ser reduzido.
“Os fornecedores informaram que os custos das matérias primas devem ser reduzidos na ordem de 30%. Certamente tais fatos se traduzirão em uma queda de preços ao consumidor final”, disse o Ministério das Cidades.
Diferenças entre os chips
O órgão informa que não existe nenhuma diferença entre o chip da placa e o que seria fixado no para-brisa do carro, mas uma vantagem é que o chip na placa atenderá implementos rodoviários (carretas) e motocicletas, algo que ainda não havia sido solucionado pelo Siniav.
O objetivo do Siniav é melhorar a fiscalização e a gestão do trânsito e da frota. Na prática, o chip é uma "placa eletrônica" para o carro, enviando informações por rádiofrequência sobre chassis, ano, modelo e placa, quando o veículo passa por antenas instaladas nas vias.
Não há localização ou rastreamentos por GPS, que eram previstos apenas em outro projeto, o SIMRAV, que foi vetado por ameaça à privacidade. De acordo com o Denatran, o chip não vai conter informações sobre condutores ou proprietários do veículo.
Dificuldade na implementação do chip
A implementação de chips em veículos é discutida desde 2006. Em 2012, o Denatran decidiu que todos os estados deveriam começar a instalação do dispositivo até 1º de janeiro de 2013 e atingir toda a frota em 30 de junho de 2014.
Roraima foi o único que começou a instalar os equipamentos eletrônicos, em janeiro de 2014, mas a medida foi suspensa rapidamente por decreto. Os 6 mil motoristas que fizeram a instalação por R$ 95 começaram a receber o dinheiro de volta no final do ano passado.
O prazo do Denatran foi então ampliado para junho de 2015 e depois ficou sem data final, apenas com data de início para 1º de janeiro de 2016.
De acordo com o Denatran, o Siniav ainda será regulamentado e a data de sua obrigatoriedade não está definida.
Segundo o órgão, o usuário poderá optar em ter o chip na placa ou em separado, mas instalar o chip separado da placa não isentará o motorista de ter a placa do Mercosul. O Denatran ressalta que o chip na placa tem benefícios.
“Além do custo único, o chip na placa tem vantagens quanto a performance (maior alcance e velocidade de captação), favorecendo a própria segurança dos proprietários de veículos, no caso de roubos.”