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Sidrolandia

Plano sigiloso para trazer Bruno ao Rio

Goleiro e amigo Macarrão participarão de audiência na Vara Criminal de Jacarepaguá

O Dia Online

24 de Agosto de 2010 - 08:42

Um sigiloso esquema de segurança está sendo montado para transportar de Minas Gerais ao Fórum da Taquara, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, o goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza e o amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, entre amanhã e quinta-feira. Presos há 45 dias na Penitenciária Nelson Hungria, em Nova Contagem, pelo assassinato de Eliza Samudio, os dois também são acusados de sequestrar e agredir a jovem no dia 13 de outubro, quando a ex-amante de Bruno estava grávida de cinco meses.

A primeira audiência do processo que tramita na 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá está marcada para às 14h de quinta-feira. Por questões de segurança, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) de Minas não divulgou detalhes da transferência. No entanto, duas possibilidades estão sendo estudadas.

“As autoridades de Minas Gerais não disseram quando eles serão trazidos. Assim que colocarem os pés no Rio, a responsabilidade passa a ser nossa. Se chegarem antes da data da audiência, passarão a noite em Bangu 2”, explicou a delegada Roberta Carvalho, titular da Polinter.

Foto: AE

Porém, se Bruno e Macarrão chegarem ao Rio na própria quinta-feira, trazidos por oito agentes penitenciários de Minas, serão levados diretamente para o Fórum da Taquara por policiais da Polinter e ficarão alojados na carceragem do tribunal até a audiência começar.

Possivelmente, os dois virão em um avião do sistema penitenciário mineiro, que deverá pousar no aeroporto de Jacarepaguá. O horário da viagem não será divulgado.
 
A audiência será de instrução e julgamento, e o juiz Marco José Mattos ouvirá apenas as cinco testemunhas de acusação convocadas pelo promotor Eduardo Paes, do Ministério Público. Mesmo não sendo ouvidos pelo magistrado na quinta-feira, Bruno e Macarrão têm o direito de presenciar a audiência. As testemunhas listadas pelo advogado Ércio Quaresma, que defende o goleiro e o amigo, serão ouvidas em outra audiência, ainda sem data definida.

A defesa de Bruno indicou oito testemunhas, entre elas a própria Eliza e os jogadores Adriano e Vagner Love. No entanto, a convocação dos três foi negada pelo magistrado. Bruno terá cinco testemunhas e Macarrão, oito. Os dirigentes do Flamengo, Patricia Amorim e Zico, e Léo Moura, jogador do clube, estão entre as testemunhas chamadas por Ércio.

Jogador foi denunciado por Eliza

No dia 13 de outubro, Eliza registrou ocorrência na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), onde alegou ter sido agredida por Bruno e três amigos. Na época, ela acusou o atleta de usar uma arma para intimidá-la, e disse que foi forçada por ele a tomar remédio abortivo.

Eliza relatou que Bruno teria se irritado porque ela não aceitou fazer o aborto proposto por ele. Além da pena máxima de 45 anos pelas acusações que tramitam em Minas, o goleiro e Macarrão podem ficar presos por mais quatro anos no Rio.

O DIA noticia o caso com exclusividade

Eliza está desaparecida desde o dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a teria agredido para que ela tomasse remédios abortivos para interromper a gravidez. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para provar a suposta paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza teria sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Durante a investigação, testemunhas confirmaram à polícia que viram Eliza, o filho e Bruno na propriedade. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estaria lá.

>> INFOGRÁFICO: Veja como foi a morte de Eliza Samudio

A atual mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante o depoimento dos funcionários do sítio, um dos amigos de Bruno afirmou que ela havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado. Por ter mentido à polícia, Dayanne Souza foi presa, mas logo conseguiu a liberdade. O goleiro e a mulher negam as acusações de que estariam envolvidos no desaparecimento de Eliza e alegam que ela abandonou a criança.

>> FOTOGALERIA: A cronologia do Caso Eliza Samudio foto a foto

Na quarta-feira 7 de julho, a Justiça decretou prisão preventiva do goleiro Bruno, o amigo Macarrão, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos - conhecido como "Neném", "Bola" ou "Paulista", sua mulher Dayanne e mais quatro envolvidos no crime. A polícia apreendeu ainda um menor, de 17 anos, primo de Bruno, que teria participado da trama. No dia seguinte, 8 de julho, a mãe de Eliza Samudio ganhou a guarda provisório do bebê, agora com 5 meses. No dia seguinte, Bruno, Macarrão e Neném foram convocados a prestar depoimento mas se negaram. Segundo seus advogados, os acusados só falarão em juízo.