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Sidrolandia

PM que matou juiz em Salvador vai responder pelo crime em liberdade

O PM teria então dado um primeiro tiro, que atingiu o ombro do juiz, que continou indo em sua direção. O policial diz ter disparado o segundo tiro, que atingiu o abdômen.

O globo

12 de Julho de 2010 - 10:50

O policial militar que atirou e matou o juiz Carlos Alessandro Pitágoras Ribeiro, 38 anos, na noite de sábado na Avenida Tancredo Neves, uma das mais movimentadas de Salvador, vai responder pelo crime em liberdade.

O policial Daniel dos Santos Soares negou que tenha atirado no juiz por causa de uma briga de trânsito. Em depoimento à Corregedoria de Polícia, ele afirmou que transitava pela via quando um motorista fez sinal para que parasse. Inicialmente, pensou que era um amigo. Parou, desceu do carro e o juiz teria caminhado em direção a ele, armado. O PM teria então dado um primeiro tiro, que atingiu o ombro do juiz, que continou indo em sua direção. O policial diz ter disparado o segundo tiro, que atingiu o abdômen. Em seguida, ligou para a polícia e para uma viatura do Samu e se apresentou ao Departamento de Polícia Metropolitana, a 200 metros do local do crime.

Há rumores, porém, de que o magistrado estaria caído quando o policial atirou pela segunda vez.

O PM, que está há 14 anos na corporação, disse que não conhecia o juiz.

O corpo do juiz foi enterrado neste domingo em Salvador. Carlos Alessandro Pitágoras Ribeiro trabalhava na Comarca de Valença e há três anos era juiz substituto de Camamu. Deixou viúva e uma filha de 5 anos.

Ele era considerado uma pessoa calma.

As duas armas apreendidas foram encaminhadas para perícia. A mulher do juiz, emocionada, esteve no Instituto Médico Legal acompanhada por parentes e um advogado para a liberação do corpo.

No velório, no Cemitério Jardim da Saudade, familiares e amigos tentavam entender as motivações do crime, mas ninguém quis gravar entrevista.

Em nota, a Polícia Militar informou que abriu inquérito administrativo e disciplinar e que a investigação criminal está a cargo da Polícia Civil.