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Sidrolandia

Presidente do Irã apoia proposta do Brasil para trocar combustível nuclear

Ahmadinejad conversou com Hugo Chávez sobre a proposta brasileira. Potências temem que Irã use seu programa atômico para fins militares.

Redação de noticia

05 de Maio de 2010 - 08:27

O presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, anunciou nesta quarta-feira (5) aprovar um plano do Brasil que pretende superar as divergências sobre uma proposta da ONU para que Teerã possa obter combustível nuclear para um reator experimental, segundo a agência semioficial de notícias iraniana Fars.

As potências ocidentais e o Irã não chegaram a um acordo sobre a entrega do combustível nuclear que Teerã alega precisar para um reator experimental, em troca do urânio levemente enriquecido do Irã.

As negociações foram interrompidas depois que o Irã insistiu que os materiais deveriam ser trocados simultaneamente e dentro de suas fronteiras - condição rejeitada pelas potências ocidentais, que acusaram Teerã de dissimular sob um programa civil nuclear o desejo de produzir armamento atômico.

Em abril, o ministro das Relações Exteriores Celso Amorim declarou durante uma visita a Teerã que o Brasil "poderia examinar" a possibilidade de ser sede da troca, caso existisse uma solicitação oficial.

Segundo o site de Amhadinejad, ele conversou por telefone na terça-feira com o presidente venezuelano Hugo Chávez sobre a proposta brasileira.

"O essencial das conversações entre Ahmadinejad e Chávez foi a aprovação por parte do presidente iraniano das bases da proposta brasileira", destaca a página virtual, que não divulgou mais detalhes.

Em 27 de abril, Celso Amorim declarou à agência oficial iraniana Irna que o Brasil estudaria a possibilidade de ser a sede da troca de material nuclear em caso de solicitação de Teerã.

"Até agora não recebemos tal proposta, mas se fosse o caso, poderíamos examiná-la", disse Amorim.

Antes de insistir nas condições da troca de combustível no Irã, Teerã havia manifestado que consideraria a possibilidade de que o intercâmbio acontecesse no Japão, Brasil, Turquia ou na ilha iraniana de Kish.

Não ficou claro se Ahmadinejad aceitou que a troca seja feita num terceiro país, o que representaria uma grande mudança na posição iraniana.

"Ahmadinejad também disse que as questões técnicas devem ser discutidas em Teerã", disse a Fars.

O bloqueio das negociações fez com que Washington iniciasse gestões para aprovar uma quarta rodada de sanções na ONU contra Teerã.

 Brasil, que é membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU, defende o direito de o Irã de ter um programa nuclear civil, que para grande parte da comunidade internacional é apenas uma fachada para a fabricação de armas atômicas, o que Teerã nega.