Produção de veículos pode bater recordes

A produção de veículos neste ano poderá bater recordes seguidos até dezembro e fechar o ano com mais de 3,4 milhões de carros fabricados. A avaliação de Cledorvino Belini, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), é de que esses números podem ser puxados pela retomada das exportações.

Só neste semestre, a produção cresceu 19,1%, passando de 1,47 milhões para 1,75 milhões, e já é o melhor número para o setor desde o primeiro semestre de 2008. Neste período, que antecedeu a crise financeira, o setor automotivo encerrou com mais de 1,68 milhão de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus fabricados.

A alta das exportações e a estabilidade nas vendas no Brasil devem ajudar no resultado anual, afirmou nesta segunda-feira (12) o presidente da associação.

- Esperamos que o mercado feche este ano com uma produção de mais 3,4 milhões de unidades, o que seria um recorde histórico. As exportações devem crescer em torno de 11%, chegando a 530 mil unidades vendidas e faturamento de R$ 16,1 bilhões (cerca de US$ 9,2 bilhões).

Até agora, o setor viu as vendas externas crescerem 78,1% frente ao mesmo período do ano passado. Em quantidade de veículos exportados, as vendas totalizam 357.513 unidades.

- As exportações cresceram em função da parada que tivemos no ano passado. Ainda não atingimos o nível de 2008 nesse quesito, mas os mercados que haviam freado as compras já estão se recuperando.

Estoque estável

O balanço com os negócios de junho do setor mostram que houve um descompasso entre vendas e produção no país, graças aos estoques acumulados pela indústria e pelas concessionárias, que equivalem hoje a 36 dias de produção.

Segundo a Anfavea, os licenciamentos cresceram 4,6% de maio até junho, mas caíram 12,5% na comparação com 2009. A produção, por sua vez, aumentou 7,7% em um ano, mas recuou 5% de maio para junho.

Em números, os resultados do mês de junho apontaram a produção de 306,4 mil unidades. Em maio, foram 322,5 mil enquanto em junho do ano passado foram 284,4 mil. As vendas por sua vez, ficaram em 262,8 mil em junho frente a 251,1 mil em maio. Um ano atrás, esse dado foi de 300,2 mil unidades.

Para a Anfavea, os dados de estoque ainda estão dentro da normalidade. A entidade aponta para uma “adaptação” do setor após a crise. Belini diz que ainda é cedo, inclusive, para apostar em novos cortes de impostos para elevar as vendas novamente.

- Neste ano começamos os negócios com estoques baixos, porque muitos adiantaram as compras. Em junho do ano passado, havia também a expectativa de que o IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] pudesse voltar ao normal, e as vendas cresceram. Agora a indústria retomou a produção e as vendas diminuíram um pouco.