Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Segunda, 23 de Setembro de 2024

Sidrolandia

PT acusa PSDB de ingerência política sobre TV Cultura

Partido planeja ingressar com representação no Ministério Público Eleitoral pedindo que demissão de diretor seja investigada

Último Segundo

12 de Julho de 2010 - 15:20

O PT pretende ingressar nesta segunda-feira com uma representação no Ministério Público Eleitoral pedindo que seja investigada a demissão do diretor de jornalismo da TV Cultura, Gabriel Priolli. Os petistas levantam a suspeita de que a decisão teria motivação política. O canal é controlado pela Fundação Padre Anchieta, presidida desde 14 de junho por João Sayad, amigo e ex-secretário do candidato tucano à Presidência, José Serra, ex-governador de São Paulo.

Sayad sucedeu o jornalista Paulo Markun, cuja gestão vinha colecionando críticas atribuídas a José Serra.  "Os indícios que estamos vendo são de um aparelhamento partidário na TV Cultura. Existem todos os indícios de que uma reportagem sobre um tema incômodo ao PSDB levou ao afastamento de Priolli", disse o candidato petista ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante (SP).

Priolli permaneceu no cargo por apenas uma semana. "Ainda sou funcionário da TV Cultura e vou definir minha situação na segunda-feira, em reunião com Ronaldo Bianchi (vice-presidente da Fundação)", disse Priolli, que trabalha na emissora há mais de uma década. A direção da Fundação negou fundamento político na demissão de Priolli. "Foi uma escolha equivocada. A TV Cultura agiu rápido", disse João Sayad. Sobre motivações políticas, afirmou: "Não foi uma decisão política. A TV Cultura jamais foi partidária".

A Fundação foi criada há 43 anos pelo Governo de São Paulo e seu estatuto prevê autonomia intelectual, política e administrativa. A maior parte de seu orçamento é composta por repasses provenientes do Estado, hoje governado por Alberto Goldman (PSDB). Candidato ao governo de São Paulo pelo PSDB, o ex-governador Geraldo Alckmin também rebateu as críticas feitas por Mercadante sobre a demissão. "Isso é coisa de quem não tem propostas e vive de fazer futrica, pessoas que destroem", disse.