Sidrolandia
Qualidade de rodovias concedidas ao setor privado piorou, aponta estudo da CNT
Pesquisa indica que 25,6% das pistas concedidas são regulares, ruins ou péssimas. Levantamento também localizou 163 "pontos críticos" por buraco grande, erosão ou queda de barreira.
G1
07 de Novembro de 2017 - 10:21
A qualidade das rodovias brasileiras concedidas para a iniciativa privada piorou entre o ano passado e este ano, aponta uma pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgada nesta terça-feira (7). Segundo o estudo, 25,6% da extensão das pistas que deixaram de ser administradas pelo poder público são consideradas regulares, ruins ou péssimas. Os dados demonstram uma inversão na tendência de melhoria observada desde 2014.
A piora observada pela CNT também se aplica para as rodovias geridas por órgãos de governo. Juntando todos os tipos, o grupo qualificado como regular, ruim ou péssimo atingiu 61,8% neste ano contra 58,2% no ano passado. Do outro lado da ponta, a parcela de vias consideradas em bom ou ótimo estado caiu de 41,8% para 38,2% do ano passado para cá.
Foram analisados 105.814 quilômetros de rodovias tanto BRs como estaduais para embasar os resultados. O estudo observou critérios como sinalização, qualidade do pavimento (como o asfalto) e geometria das pistas: houve piora em todos eles.
Isso se reflete em cada vez mais gastos para transportar cargas e passageiros, afirma a CNT. Um exemplo é o desperdício de diesel, estimado em 832 milhões de litros, por causa das inadequações encontradas no asfalto: o que deve trazer prejuízo de R$ 2,54 bilhões aos transportadores.
Para o presidente da CNT, Clésio Andrade, os dados ruins são explicados pelo menor investimento no setor. A queda na qualidade das rodovias brasileiras tem relação direta com um histórico de baixos investimentos em infraestrutura rodoviária e com a crise econômica dos últimos anos , declarou.
Em 2011, os investimentos públicos federais em infraestrutura rodoviária foram de R$ 11,21 bilhões; em 2016, o volume investido praticamente retrocedeu ao nível de 2008, caindo para R$ 8,61 bilhões. Este ano, até o junho, foram investidos apenas R$ 3,01 bilhões, frisa o estudo.
Pontos críticos
A pesquisa da CNT localizou 163 pontos críticos em rodovias brasileiras. O Pará é o estado com maior número de trechos considerados problemáticos (36 dos 163). Eles ficam nas BR-153, BR-155 e BR-163. A maior parte (75%) é referente a buraco grande. O restante, a erosão na pista.
Os outros pontos críticos levantados pelo estudo ficam em Acre, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pernambuco (onde fica o único caso de queda de barreira), Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe e Tocantins.
Top 10
O levantamento também compilou as melhores e piores "ligações rodoviárias" do país. São extensões formadas por uma ou mais rodovias federais ou estaduais com importância socioeconômica e volume significativa de circulação, interligando duas ou mais unidades da federação. Todas elas passam por São Paulo.
Top 10 melhores
Posição |
Nome |
Rodovias |
É concessão? |
1º |
São Paulo - Limeira |
SP-310/BR-364, SP-348 |
Sim |
2º |
Campinas SP - Jacareí SP |
SP-065, SP-340 |
Sim |
3º |
Bauru SP - Itirapina SP |
SP-225/BR-369 |
Sim |
4º |
São Paulo SP - Uberaba MG |
BR-050, SP-330/8R-050 |
Sim |
5º |
Barretos SP - Bueno de Andrade SP |
SP0-326/BR-364 |
Sim |
6º |
São Carlos SP- S.João Boa Vista SP - S.José Rio Pardo SP |
SP-215/BR-267, SP-350, SP-350/BR-369 |
Sim |
7º |
Ribeirão Preto SP |
SP-330/BR-050, SP-333 |
Sim |
8º |
Sorocaba SP - Cascata SP - Mococa SP |
SP-075, SP-340, SP-342, SP-344 |
Sim |
9º |
São Paulo SP - Itaí SP - Espírito Santo do Turvo SP |
SP-255, SP-280/BR-374 |
Sim |
10º |
Piracicaba SP - Moji Mirim SP |
SP-147, SP-147/BR-373 |
Sim |
Fonte: CNT