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Reforma da ferrovia no Estado começa em 2018, diz governador
O titular da Semagro, Jaime Verruck, lembrou a mudança no teor das discussões realizadas sobre transporte ferroviário de 2015 para 2017.
Correio do Estado
20 de Dezembro de 2017 - 09:43
Na avaliação do governador Reinaldo Azambuja, ampliar e modernizar uma malha ferroviária que já existe é muito mais viável e competitivo do que iniciar um projeto do zero, como foi estudado anteriormente. A afirmação aconteceu durante a apresentação do consórcio da Ferrovia TransAmericana, realizada nesta terça-feira (19), no auditório da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro).
"Alguns dos projetos analisados anteriormente eram utópicos, pois, é muito mais sensato dar andamento a uma malha que já existe do que iniciar uma ferrovia nova com rota prevista para chegar até o Amazonas. Então, temos que focar os esforços na melhoria de condições do trecho entre o Porto de Santos e Santa Cruz de La Sierra, visto que será mais vantajoso economicamente, além de exister uma demanda de cargas que atrairá investidores", argumenta.
Para o diretor-executivo do consórcio TransAmericana, Daniel Rossi, três fatores serão fundamentais para a viabilidade econômica da ferrovia. "Em primeiro lugar, a prorrogação do contrato de concessão para mais 30 anos, visto que faltam apenas oito para concluir o que está em cumprimento. A reforma da malha ferroviária precisará de investimentos expressivos, visto que o traçado original é de 1915; e por fim, conseguir garantias para fontes de financiamento", observa o profissional que já atuou em outras empresas do segmento.
EVOLUÇÃO
O titular da Semagro, Jaime Verruck, lembrou a mudança no teor das discussões realizadas sobre transporte ferroviário de 2015 para 2017. "Acredito que na atualidade temos um dos melhores cenários sobre o setor, pois, a notícia que recebemos há dois anos foi de que a Ferroeste seria desativada. Entretanto é importante ressaltar que mesmo com todos os desafios, a ferrovia estadual funciona e realiza deslocamento regular de cargas entre Corumbá e o Porto de Santos", esclarece.
Verruck acrescentou que três empresas possuem contratos formalizados com a rede de transporte: Orbital, Vale e Fibria e a partir de 2018, a Cargil utilizará os serviços em Três Lagoas. "Para ter o nível logístico desejado é preciso investir na ferrovia. Este ano foi assinado um acordo de operacionalização internacional entre o Brasil e Bolívia, para formalizar o transporte de trem entre os dois países, e, a ureia que hoje sai da Bolívia com destino a Porto Quijarro possa chegar até Campo Grande", pontua.
Na avaliação do Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de Três Lagoas, Antônio Luiz Empke, a ampliação da malha ferroviária será uma grande conquista para a região da Costa Leste do estado. "Na atualidade, Três Lagoas é responsável por 31,7% de toda exportação sul-mato-grossense, então acredito que a melhoria na logística do transporte ferroviário fortalecerá ainda mais nossa posição geográfica estratégica", observa.
Já o titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Corumbá, Renato Lima, avalia que o município é a melhor opção para modernizar o transporte ferroviário, visto que a região oferece outras alternativas logísticas. "Temos um modelo pronto que opera até o Porto de Santos, uma hidrovia que vai até o Rio da Prata e um aeroporto internacional. Todos estes fatores nos colocam em posição privilegiada, por isso, o que precisamos é melhorar os serviços oferecidos e divulgar a ampliação da rota", conclui.