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Sidrolandia

Ricardo Teixeira faz duras críticas à Seleção

Além disso, já traçou o perfil do novo treinador, que substituirá Dunga, e disse que ele terá a missão de renovar a equipe e prepará-la para o Mundial de 2014.

Trivela

05 de Julho de 2010 - 15:11

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O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, fez duras críticas ao temperamento da Seleção Brasileira na derrota para a Holanda, por 2 a 1, que eliminou o time da Copa do Mundo. Além disso, já traçou o perfil do novo treinador, que substituirá Dunga, e disse que ele terá a missão de renovar a equipe e prepará-la para o Mundial de 2014.

"Vi o jogo ontem e hoje [segunda] outra vez. Ficou claro que o time estava profundamente nervoso. Não sou analista, mas era preciso ter tido calma depois do empate. Nesse momento tinha zagueiro jogando de ponta de lança. O que ficou claro foi o nervosismo do time no segundo tempo. A equipe estava completamente fora de esquadro por ter tomado um gol", afirmou Ricardo Teixeira, que participou do programa Bem, amigos!, do Sportv, sob o comando de Galvão Bueno, em Joanesburgo. "Segundo campeonato seguido que ganhamos tudo antes, e perdemos a Copa. Desta vez surpreendeu até mais, porque ganhamos das grandes seleções mundiais em amistosos".

Indiretamente, o dirigente criticou o fato de a comissão técnica perder o controle muitas vezes. "Claro que o contexto todo influencia para o nervosismo. Se eu, como presidente da CBF, vou bater na arbitragem, isso desestabiliza". E falou sobre a demissão de Dunga e companhia. "Não tive tempo de conversar sobre isso com a comissão técnica. Eticamente tinha que falar com eles e informar o Dunga. É natural, não houve qualquer novidade. Nunca houve repetição de técnico. Aconteceu da mesma forma dessa vez, mas com um fato novo que agora temos um projeto muito maior e amplo, porque a Copa será no Brasil. Já estamos classificados e não vamos jogar as eliminatórias."

Sobre esse novo projeto, Ricardo Teixeira foi bem claro em afirmar que o novo treinador terá a missão de montar uma nova Seleção, com foco na Copa de 2014 no Brasil. "O ideal é um meio-termo [entre Parreira e Dunga]", explicou. "Para formarmos essa seleção, necessariamente vamos ter que fazer esse trabalho. É um projeto de, no mínimo, cinco anos. Temos várias competições. Nesse ano temos ainda cinco amistosos, no ano que vem eliminatórias para as Olimpíadas e Copa América. Em 2012 Olimpíadas, em 2013 Copa das Confederações, 2014 Copa no Brasil, 2015 Copa América no Brasil e 2016 Olimpíadas no Brasil. Desta vez, temos que ter uma conversa para definir bem o processo que vai ser. Não adianta chamar um técnico que fique preocupado em ganhar o próximo amistoso. Ou formamos uma seleção nova ou formamos uma seleção nova, não tem opção."

"Confesso que tudo vai entrar no projeto. Penso que merecemos ter um trabalho de um psicólogo, mas temos que consolidar junto com a nova eventual comissão técnica", complementou Teixeira.

O presidente da CBF deixou claro, também, que não haverá surpresas. Interpelado sobre os principais nomes cogitados - Luiz Felipe Scolari, Mano Menezes, Muricy Ramalho, Vanderlei Luxemburgo, Ricardo Gomes, Paulo Autuori e Leonardo - o dirigente foi direto: "Se pegar a relação dos que citam, um deles vai ser". E citou o exemplo de Paulo Roberto Falcão, para pedir calma a todos. Em 1990 eu trouxe o Falcão e ele foi sacrificado pelo trabalho que fez. Criou um monte de jogador, o Cafú por exemplo, várias jogadores de futuro. Ele plantou uma semente. Mas foi muito criticado e saiu porque não obteve resultados", explicou. "Vamos ter que fazer um grande sacrifício de montagem de time. E isso pode significar ficar sem vitórias."

Mas o prazo para a escolha do novo técnico já está definido, como havia sido informado pela CBF no domingo, com a demissão de Dunga. "A nova convocação será feita pelo novo técnico", sentenciou Ricardo Teixeira - o prazo para isso é 25 de julho, já que o Brasil faz um amistoso com os Estados Unidos em 10 de agosto. E o dirigente diz que não devem ter dois treinadores, um para a Seleção Olímpica e outro para a principal. "Em princípio acho que tem que ser o mesmo técnico. Temos que fazer uma reestruturação no departamento de seleções, entre sub-20, sub-23 e principal. A sub-20, por exemplo, que vai começar a ser preparada, em 2014 terá 24 anos", disse.

Teixeira falou também sobre a Copa de 2014 e os problemas enfrentados por São Paulo, que ainda não tem um estádio definido após a confirmação da saída do Morumbi. "Não há consenso que São Paulo não tenha uma participação grande na Copa de 2014. Só que um processo de uma Copa é muito maior. Se quiser ter abertura, terá um novo estádio", garantiu. "Pode fazer estádios pequenos, mas estádios diferenciados são os da abertura e da final", completou.