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Sidrolandia

Segurança Pública de Sidrolândia pede socorro

O que foi Registrado Pelos repórteres É assustador e uma ameaça Diretamente PROTEÇÃO dos Munícipes

Marcos Tomé/Região News

25 de Agosto de 2010 - 13:28

Segurança Pública de Sidrolândia pede socorro
Seguran - Foto: Marcos Tom

É público e notório a falta de atenção por parte dos poderes e órgãos competentes em segurança pública no Mato Grosso do Sul, fator que tem deixado boa parte da população sul-mato-grossense com medo e desprotegida das ações de bandidos, que por sinal, estes andam livremente e roubam a paz e o sossego das pessoas de bem.

Em Sidrolândia, município localizado a 64 km de Campo Grande (Capital) nossa equipe de reportagem acompanhou o dia-dia dos policiais Civis e Militares para retratar o quadro real daqueles que ganham a vida para servir e proteger a população sidrolandense.

Recentemente assumiu a titularidade da Delegacia de Policia Civil de Sidrolândia, Dr. Valter Guelssi que foi transferido de Sete Quedas para o município e de forma simultânea foi nomeada Drª. Gabriela Stainle como Delegada Substituta na DelPol sidrolandense, vale ressaltar que esta é a primeira vez que o município tem dois delegados trabalhando em conjunto.

O que foi registrado pelos repórteres é assustador e ameaça diretamente a proteção dos munícipes, encontramos uma delegacia sem estrutura funcional, Delegados trabalhando de forma limitada por falta de equipamento e de profissionais para alavancar o trabalho investigativo.

Segundo informações existem 8 (oito) agentes na delegacia para atender todas as ocorrências da sede do município, Distrito, Aldeias e dos 24 Assentamentos que tem mais de 10 mil km de estradas rurais. Todo trabalho investigativo que é realizado nestas regiões já citadas estão subordinadas a Delegacia de Sidrolândia. 

O descaso por parte do poder público é tamanha, que os agentes às vezes não têm papel na impressora para registrar e executar os trabalhos e tarefas de praxe tais como: depoimentos, confecção de Boletim de Ocorrência, ofícios e outros. A higienização da Delegacia e Cadeia Pública é feita por detentos sem qualquer tipo de produto de limpeza, apenas com água e rodo.

O prédio onde abriga a Policia Cível é antigo e faltam reparos no sistema elétrico e hidráulico, bem como, readequação das repartições para melhor atender a população sidrolandense. Somente casos urgentes são prioridades no atendimento, devido à falta de infra-estrutura.

A Policia Militar também sofre com a falta de investimentos, Sidrolândia tem apenas 25 Policiais para atender o município que conta com cerca de 50 mil habitantes, porém, esse número de policias trabalham em rodízio, diminuindo para 8 o número de policias que fazem o trabalho de repressão nas ruas.

Nos últimos dias tem se registrado inúmeras ocorrências de furto em residências e arrombamentos no comércio, fato que chama atenção e deixa a população atenta, com medo de ataques dos marginais, em plena luz do dia, os meliantes estão invadindo as casas e causando prejuízos a população.

Na última sessão ordinária da Câmara de Vereadores daquele município, um cidadão comum, Sr. Silvestre Lopes, usou a tribuna e clamou aos vereadores atitude e posicionamento político no sentido de se resolver o problema da segurança pública na cidade de Sidrolândia. 

Silvestre disse que sua família se sente desprotegida dos bandidos por não ter efetivos suficientes nas Policias Militar e Civil para realizar um trabalho a altura das necessidades da população. Silvestre disse ainda que sua propriedade foi invadida por bandidos, o mesmo foi até o Batalhão da Policia Militar pedir socorro, porém, os Policiais estavam sem combustíveis nos veículos para fazerem diligências.   

O cidadão relata ainda que em sua opinião, Sidrolândia esta literalmente entregue aos marginais e que as pessoas de bem não podem nem por imaginação, saírem de suas casas para não terem as mesmas arrombadas ou invadidas por ladrões, pois se isso ocorrer, dificilmente a policia fará alguma coisa nas condições que se encontra a mesma, relatou. 

O problema ainda é maior quando se trata de cumprir a lei, a reportagem do regiaonews detectou menores de idades detidos em celas da cadeia pública que fica em anexo a Delegacia de Policia Civil. Uma menor do sexo feminino e outro do sexo masculino estão detidos e há dias estão presos em celas separadas.

Para o Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH), é nítida a violação aos direitos e irregularidade da internação. As prisões desrespeitam o ECA, em vigor desde julho de 1990. A principal transgressão refere-se ao artigo 123, da Secção VII, que prevê que a internação de menores de 18 anos deve ser cumprida em “entidade exclusiva para adolescentes”.

A cadeia de Sidrolândia conta com 6 (seis) celas das quais, duas estão sendo ocupadas pelos menores de idade, outra com duas detentas e 3 (três) abrigam cerca de 40 presos, uma media de 13 (treze) presos por cela que tem capacidade é abrigar apenas 4 (quatro) preso cada uma.  

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Foto: Marcos Tomé/Região News

Dr. Valter GuelssiQuestionado sobre os problemas e irregularidades encontradas por nossa reportagem, Dr. Valter Guelssi informou que está tomando nota de todas as situações para junto com a sociedade organizada discutir e debater de forma ampla a real situação em que se encontra a segurança pública de Sidrolândia.

“Para o bem da verdade é que hoje não possuímos as mínimas condições de executar um trabalho que mereça o reconhecimento da população, temos uma Policia sem estrutura, um sistema que não funciona e recai sobre nós toda a responsabilidade das coisas negativas que acontecem no município”, comentou.

Dr. Valter parabenizou a atitude do Sr. Silvestre Lopes que de uma forma corajosa pediu espaço na Câmara e relatou aos vereadores o que lhe ocorrera. “É preciso que nossas autoridades políticas façam algo urgente para o bem da coletividade no quesito, segurança pública, pois nós enquanto Delegados, Agentes e Policia Militar nada podemos fazer para melhorar o quadro, infelizmente essa é a grande realidade já desde que somos subordinados ao governo do estado”, enfatizou. 

Quanto aos menores, Dr. Valter informou que conhece a lei e que já notificou o poder competente para que sejam tomadas as providencias cabíveis no sentido de resolver o problema, porém, sua parte no processo foi realizada não cabendo ao mesmo o próximo passo e sim ao juiz decidir o que será feito.