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Sidrolandia

Serra diz que Dilma foge do debate e evita comparações

"Parece que a candidata Dilma não sabe por que quer ser presidente", afirmou Serra a jornalistas após realizar caminhada pelo centro da capital paranaense.

O globo

06 de Julho de 2010 - 15:20

Sem a companhia do senador paranaense Alvaro Dias (PSBD), que chegou a ser indicado como seu vice, o candidato tucano à Presidência da República, José Serra, iniciou oficialmente a campanha eleitoral nesta terça-feira com promessas para área de saúde e desafiando Dilma Rousseff (PT) ao debate.

"Parece que a candidata Dilma não sabe por que quer ser presidente", afirmou Serra a jornalistas após realizar caminhada pelo centro da capital paranaense.

O tucano lamentou o fato de Dilma não participar de sabatinas na fase de pré-campanha, terminada na véspera, acrescentando que o eleitor tem o direito de comparar as propostas de cada candidato.

Dilma não participou de eventos conjuntos com outros candidatos, como na semana passada na Confederação Nacional de Agricultura. Optou por ficar de fora também da edição de domingo do jornal O Globo que perguntava "Por que quero ser presidente do Brasil". Serra e Marina Silva (PV) participaram.

Utilizando-se de sua experiência como ministro da Saúde, Serra prometeu voltar a realizar mutirões na área para reduzir as filas. Propôs a construção de 150 ambulatórios e laboratórios para realização de exames e consultas em diversas especialidades e disse que vai implementar um programa de atenção a mulheres grávidas.

Prometeu ainda reforçar o Sistema Único de Saúde (SUS) e as parcerias entre o governo e entidades filantrópicas da sociedade civil. "Vamos reacelerar o sistema."

As propostas se assemelham a iniciativas que implantou como governador em São Paulo e às de Curitiba, implantadas pelo ex-prefeito Beto Richa (PSDB) e candidato a governador do Paraná que lidera a corrida.

Indagado se seu pontapé inicial da campanha foi dado no Paraná para tentar minimizar o impacto negativo da substituição de Alvaro Dias pelo deputado Indio da Costa (DEM-RJ) para a vaga de vice, o candidato afirmou que não tinha "nada a ver".

Afirmou que Alvaro Dias tirou um período de descanso após o episódio e que ele continuará sendo importante nas urnas e na tribuna do Congresso.

Na região Sul, Serra goza de 50 por cento de intenção de votos, enquanto Dilma, que iniciou nesta terça-feira sua campanha em Porto Alegre (RS), tem 32 por cento, pelo Datafolha.

UMA CARA, DUAS CARAS

O candidato do PSDB também criticou a campanha da adversária por ter enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um programa de governo com ideias radicais e depois tê-lo substituído por outra versão.

"O programa que foi apresentado é a alma do que o PT quer. O segundo foi um remendo malfeito", atacou. O primeiro programa pregava a taxação de grandes fortunas, a redução da jornada de trabalho e controle do monopólio da mídia.

"Temos uma cara: a minha cara", comparou.

Ele deu preferência nesse primeiro dia de campanha ao contato com a população. Em uma caminhada, no centro de Curitiba, entrou em lojas e restaurantes, segurou uma criança no colo e cumprimentou potenciais eleitores. Em dado momento, parou no meio de um calçadão e discursou com um megafone.

"A nossa campanha vai ser feita no corpo a corpo, o que nem todos os candidatos fazem."

Durante sua fala, dois homens, no alto de um prédio, gritaram o nome de Dilma Rousseff, causando constrangimento. No entanto, rapidamente a claque que acompanhava Serra começou a bradar o nome do tucano.

Visitou depois obras de urbanização em uma comunidade carente de Curitiba, patrocinada pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, com contrapartidas da prefeitura local.