Sidrolândia é a cidade com menor número de médicos por habitante, mostra pesquisa do MP

Com média de um médico para cada grupo de 2.373 moradores, Sidrolândia, segundo levantamento feito pelo Ministério Público Estadual, que reuniu os dados na cartilha digital MPSocial, é o município de Mato Grosso do Sul com menor número de profissionais de medicina em relação a população. Conforme a OMS (Organização Mundial da Saúde), o recomendado é que haja um médico para cada 1 mil habitantes.

De acordo com a pesquisa, disponível no site do MP, atualmente há na cidade 23 profissionais, sendo 18 clínicos gerais, uma ginecologista obstetra e apenas 4 pediatras, entre eles o próprio prefeito, que por conta das suas atividades como chefe do Executivo não está atuando na rede pública. Os outros ginecologistas obstetras estabelecidos, Jurandir Cândido e Samir Assan Abdalla, pediram exoneração já há alguns meses.

Outro detalhe que precisa ser levado em conta que parte destes médicos, não são concursados, sendo dispensados, por medida de economia, durante os meses de novembro e janeiro. No início do mês passado, foram dispensados 8 contratados; a anestesista e clínica geral, Iara Mayuni Oshino, pediu exoneração e com isto, inviabilizou a realização de cirurgias eletivas no Hospital Elmiria Silvério Barbosa, onde em média são feitas 40 cirurgias por mês.

As gestantes que precisam fazer cesarianas estão sendo encaminhadas para Campo Grande. Só em casos extremos, a obstetra Sandra Albuquerque (a única da cidade), também é a anestesia da paciente. A edição desta quinta-feira do Diário Oficial, trouxe a rescisão do clínico geral, Severino Vieira da Silva.

A pesquisa

Depois da Sidrolândia, em segundo lugar no ranking de número de médicos per capita por habitante, aparece Ponta Porã. O município concentra 78 profissionais, a maioria clínicos gerais, o que representa 1 profissional para cada 1.149 habitantes.

A terceira cidade com menor número de profissionais é Maracaju, região sudoeste do estado, que conta com 1 médico para cada 1.607 habitantes. Ao todo, o município emprega 28 profissionais, sendo 21 clínicos gerais, 1 ginecologistas obstetras, 2 pediatras e outros 4 médicos de outras especialidades.

No município, há um total de 95 leitos, todos destinados à internação de pacientes. Os dados revelam que há 1 leito para cada 560 habitantes, do total de 53.188 residentes do município.

Campo Grande está em último lugar na lista das 10 maiores cidades. A capital conta com 1 profissional para cada 319 dos 874.210 habitantes. 2.741 profissionais atuam nas 556 unidades de atendimento aqui existentes, sendo 792 clínicos gerais, 126 ginecologistas obstetras, 240 pediatras, 19 profissionais de medicina intensiva, 39 nefrologistas, além de 1.525 profissionais de outras áreas.