Termina sem acordo primeira rodada de negociação salarial da Seara com Sindicato

A primeira rodada de negociação entre a JBS/Seara e o Sindicato dos trabalhadores, realizada ontem, quinta-feira (07), acabou sem acordo. A empresa se limitou a oferecer apenas a reposição da inflação dos últimos 12 meses, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), 1,83% bem abaixo do pedido de 5,5% apresentado pelo sindicato da categoria.

Com esta proposta, o piso salarial subiria de R$ 1.072,00 para R$ 1.091,51, nem R$ 20,00 (exatos R$ 19,51) a mais no bolso dos funcionários. O pedido do Sindicato elevaria o piso para R$ 1.130,97. A empresa também quer tirar a cesta básica daqueles que faltarem, mesmo quem tiver com atestado médico. Não foi definida a data da nova data de negociação.

A primeira reação do Sindaves (que representa os trabalhadores) é de indignação com a JBS que apresentou uma proposta abaixo das expectativas, esquecendo que contou com seus funcionários para se mobilizar em protesto para evitar o fechamento da empresa no Estado, pressionada pelo bloqueio de contas bancárias por decisão judicial.

O Governo do Estado e a Assembleia Legislativa acabaram retirando as ações que poderiam asfixiar financeiramente a empresa acusada de não ter cumprido os compromissos de investimentos assumidos como contrapartida da isenção fiscal. O Governo cobra o ressarcimento de quase R$ 800 milhões.

Ano passado os 2 mil trabalhadores da JBS/Seara garantiram reajuste de 8,5%, sendo 6% aplicados sobre o vencimento de novembro e a parcela complementar, de 2,5%, começou a ser paga em março, sobre o vencimento de outubro. Foram duas rodadas de negociação, quando a empresa avançou na sua proposta inicial que era de 7% para os 8,5% em duas parcelas, que de imediato elevou para R$ 1.072,00 o piso salarial dos trabalhadores.