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Sidrolandia

TJ afirma ter mantido a prisão de acusados de matar garota de programa

A confusão quanto a soltura dos dois rapazes surgiu por meio da descrição do resultado da audiência no site do TJ-MS

Midia Max

05 de Maio de 2010 - 09:30

A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul informou no fim desta manhã que, por equívoco, havia anunciado nas primeiras horas de hoje que a Corte havia mandado soltar ontem os dois rapazes acusados de matar em maio do ano passado uma garota de programa, em Campo Grande. Ao contrário do publicado antes, a dupla permanece presa.

A questão trata do assassinato de Claudinéia Rodrigues Mendes, de 25 anos de idade, morta a chutes, pauladas e pedradas na noite de 8 de maio do ano passado. Um mês depois a polícia prendeu como suspeitos pelo crime os universitários Hugo Pereira da Silva, 19, Leonardo Leite Cardoso, 27 e Fernando Pereira Verone, 19. Silva já foi solto.

A confusão quanto a soltura dos dois rapazes surgiu por meio da descrição do resultado da audiência no site do TJ-MS. Lá – processo 2010.004683-2 -, diz que “por unanimidade [acordo entre todos por consenso, segundo os dicionários] improveram o recurso”. Ocorre que na mesma linha aparece um escrito antagônico ao dito antes, note: “O 2º Vogal concede a liberdade aos recorrentes”. Daí, o equívoco na interpretação da assessoria e no publicado no Midiamax.

Os advogados que defendem Leonardo Cardoso e Fernando Verone pediram a liberdade dos dois e ainda que eles não fossem levados a julgamento por meio do júri do popular. O relator do processo, o desembargador Carlos Eduardo Contar, negou as duas coisas e o primeiro vogal, o desembargador Manoel Mende Carli, seguiu o parecer do magistrado.

Ocorre que o segundo vogal, o desembargador Claudionor Abness, interpretou diferente. Ele concordou que os rapazes deveriam, sim, ir a júri popular, mas entendeu que eles deveriam ser solto, já que um dos envolvidos no caso, Hugo da Silva, tinha sido posto em liberdade pela própria Corte, que agora negou a liberdade dos outros implicados. O voto de Abness foi vencido, mas ainda assim, apareceu no site no TJ e isso confundiu o desfecho da audiência.

A defesa dos implicados no caso quis livrar eles do júri popular sustentando que um dos envolvidos, Leonardo Cardoso, estaria sofrendo de distúrbios mentais e os outros dois negaram participação no crime. Os advogados dos rapazes ainda não anunciaram se recorrem ou não da decisão da 2ª Turma Criminal do TJ-MS.

O crime

De acordo com a denúncia, no dia 8 de maio do ano passado, início da noite, os três acusados resolveram passear pela cidade com o carro do pai de Fernando. Eles passaram por vários pontos da Capital, inclusive no Parque dos Poderes. Tiveram a idéia de fazer programa sexual com prostitutas e por volta das 21h foram até a avenida Calógeras, centro, conhecido ponto de prostituição da cidade.

Lá, encontraram G.S.L e Claudinéia Rodrigues Mendes. Convidaram ambas para fazerem um programa e elas aceitaram. Foram para o motel Chega Mais, no Jardim Paulista. Assim que se aproximavam do motel, Leonardo segurou forte G.S.L., que se assustou, enquanto Fernando agarrou Claudinéia. A primeira conseguiu se desvencilhar e abriu a porta e fugiu. Claudinéia ficou no carro, dominada firmemente por Leonardo.

Os três decidiram deixar G.S.L. ali e aceleraram o carro, rumando pela avenida Wilson Paes de Barros, proximidades do Aeroporto Internacional, bairro Nova Campo Grande.

Era por volta da meia-noite quando os rapazes mataram Claudinéia, a socos, pontapés e golpes na cabeça, possivelmente usando pedra e tijolo, conforme mostram os laudos policiais.

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A garota de programa foi morta com pauladas; Leonardo, um dos presos, diz sofrer de disturbio mental

Após matar a vítima, os três arrastaram e ocultaram o cadáver, abandonando-o em um terreno baldio. O Ministério Público acusa os três de matarem Claudinéia por motivo torpe, porque temiam ser identificados e denunciados por ela pelas agressões impostas anteriormente à colega G.S.L.

A denúncia afirma ainda que o trio não deu chance de defesa à vítima e recorreu a um meio cruel para perpetuar o assassinato.