TJ-MS suspende prisão de jornalista acusado de matar criança

A Justiça do Mato Grosso do Sul emitiu liminar, nesta sexta-feira, suspendendo a prisão temporária do jornalista Agnaldo Ferreira Gonçalves, acusado de matar uma criança de 2 anos com um tiro, durante uma briga de trânsito, em novembro do ano passado, em Campo Grande (MS). O pedido de prisão foi emitido, no final de maio, pela 1ª Vara do Tribunal do Júri, que suspeitou o acusado tivesse forjado sua separação para dividir os bens com a mulher.

Gonçalves chegou a ficar 80 dias preso, mas foi solto e se mudou para a cidade de Praia Grande, em São Paulo. Ele estava preso quando foi registrada em cartório a ruptura conjugal. O fim da relação, segundo a família da criança, seria um meio de o acusado escapar de eventual condenação em uma ação judicial que pede a ele a indenização de R$ 1,3 milhão por danos morais.

Na segunda-feira será realizada a audiência de instrução e julgamento do processo, segundo determinação da 1ª Vara do Tribunal do Júri, quando serão ouvidas as testemunhas da defesa, além do interrogatório de Gonçalves. No entanto, de acordo com o processo, ele não foi encontrado.

O caso
A morte do menino Rogério Pedra, ocorreu no dia 18 de novembro passado, logo após o jornalista ter discutido com o tio da criança, Aldemir Pedra Neto, 20 anos. O rapaz teria demorado a arrancar o veículo num semáforo e isso irritou o jornalista. Por quatro quarteirões os dois discutiram. Em outro cruzamento, Gonçalves disparou quatro tiros na direção da caminhonete conduzida por Aldemir, sendo que um deles atingiu a nuca do menino e outro, o rosto de João Alfredo Pedra, pai do rapaz, avô da criança. O menino morreu logo depois; o avô sobreviveu.