Tribunal do crime do PCC dava ácido para vítima morrer sem fazer barulho

Um homem suspeito de atuar como carrasco em julgamentos ilegais promovidos pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) foi preso na manhã de ontem por policiais do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado). Os agentes encontraram um matagal onde eram enterrados integrantes da facção sentenciados à morte no "tribunal".

O terreno onde os corpos eram deixados fica no Jardim Fontalis (zona norte de SP), próximo a um córrego e a uma favela. Para não chamar a atenção de moradores, o carrasco não matava as vítimas a tiros, mas sim por enforcamento, a pauladas ou por envenenamento --as obrigava a beber o chamado "gatorade", uma mistura de fluido de bateria, ácido e cocaína, segundo a polícia.

"Os integrantes da facção eram levados para o local para participarem de um debate. Não sabiam que seriam mortos", disse o delegado Ismael Rodrigues, do Deic. Segundo ele, as vítimas eram traficantes que tinham dívidas com a facção criminosa.