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Sidrolandia

Tribunal pede testemunho de Naomi Campbell sobre presente de ex-presidente

Segundo a decisão judicial, a top deverá comparecer ao tribunal de Haia na manhã de 29 de julho ou "mostrar boas causas" para justificar sua ausência.

REUTERS

02 de Julho de 2010 - 15:25

A modelo britânica Naomi Campbell foi chamada para prestar depoimento sobre um "diamante de sangue" que, segundo promotores, teria recebido do ex-presidente da Libéria, Charles Taylor, informou o tribunal de crimes de guerra de Serra Leoa nesta quinta-feira.

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Promotores no Tribunal Especial para Serra Leoa pediram em maio a presença de Naomi, que tem se negado a prestar depoimento, dizendo que ela pode fornecer provas materiais para refutar as alegações de Taylor de que ele nunca possuiu diamantes brutos.

Segundo a decisão judicial, a top deverá comparecer ao tribunal de Haia na manhã de 29 de julho ou "mostrar boas causas" para justificar sua ausência.

Promotores acusam Taylor de levar diamantes à África do Sul para comprar armas, o que ele nega. Em janeiro, eles disseram que durante uma viagem àquele país em 1997, Taylor deu a Naomi um grande diamante bruto depois de um jantar oferecido por Nelson Mandela.

Taylor, que está sendo julgado em Haia, nega todas as 11 acusações de incitar assassinato, estupro, mutilação, escravidão sexual e alistamento de crianças-soldado durante guerras na Libéria e Serra Leoa, nas quais mais de 250 mil pessoas foram mortas.

Além da modelo, os promotores também convocaram a agente de modelos Carole White e a atriz Mia Farrow. Ambas devem dar depoimentos voluntários, disse a promotoria.

Promotores afirmam que Carole ouviu Taylor dizer que iria dar alguns diamantes a Naomi e estava lá quando a modelo os recebeu. Mia também participou da recepção e Naomi teria lhe falado sobre o presente no dia seguinte.

A promotoria acusa Taylor de fornecer armas e dirigir a Frente Unida Revolucionária (RUF, na sigla em inglês) para tomar o controle das minas de diamante na vizinha Serra Leoa e desestabilizar o governo do país para aumentar sua influência regional durante a guerra civil de 1991 a 2002.