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Sidrolandia

Tuma Jr. diz que suposto elo com máfia chinesa é

Segundo jornal, PF aponta ligação entre o secretário de Justiça e Paulo Li. Tuma Jr. disse que espera resposta do ministério para falar sobre o caso.

Redação de noticia

05 de Maio de 2010 - 16:30

O secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, afirmou nesta quarta-feira (5) ao G1 que a suposta ligação de seu nome com o chefe da máfia chinesa em São Paulo Li Kwok Kwen, conhecido como Paulo Li, é fruto de um "problema político".

Tuma Júnior disse que, antes de dar mais detalhes sobre o caso, aguarda resposta do Ministério da Justiça para saber se pode se pronunciar. "Isso é um problema político. Estou consultando o Ministério da Justiça para saber sobre o andamento desse processo, para não incorrer em crime de quebra de sigilo. Deixa eles prestarem os esclarecimentos para ver se não tem alguma implicação, mas falo sobre isso sem problema algum", afirmou o secretário.

Nesta manhã, o secretário esteve em reunião no Ministério da Justiça para discutir o assunto, conforme apurou o G1.

Segundo reportagem publicada nesta quarta pelo jornal "O Estado de S.Paulo", gravações telefônicas e e-mails interceptados pela Polícia Federal durante investigação sobre contrabando apontam ligação entre Tuma Júnior e Paulo Li, que foi denunciado pelo Ministério Público Federal no fim do ano passado por formação de quadrilha e descaminho e está preso.

A operação da PF que deu origem à denúncia foi a Wei Jin, de setembro de 2009. Segundo o "Estado", a ligação foi investigada por 6 meses.

Consultado pelo G1, o MPF em São Paulo afirmou que Tuma não foi acusado na denúncia. A assessoria de imprensa não soube responder se o nome do secretário é citado de alguma parte. A reportagem ainda não obteve acesso à denúncia.

Reportagem
Segundo o "Estado", ao ser preso na operação sob suspeita de comandar uma quadrilha de contrabando, Paulo Li teria telefonado para Romeu Tuma Júnior na frente dos agentes federais que cumpriam o mandato.

Dias após a prisão, Tuma Júnior teria ligado para a Superintendência da PF em São Paulo, onde corria a investigação, e pediu para ser ouvido. O depoimento teria ocorrido em um sábado e o secretário alegou, segundo o "Estado", que não sabia de atividades ilegais de Li.

As gravações revelariam, segundo a reportagem do "Estado", que o secretário de Justiça era cliente do suposto esquema de contrabando.

Procurada pelo G1, a Polícia Federal tanto em São Paulo como em Brasília não se pronunciou a respeito do caso.

Nota

Ao "Estado", o Ministério da Justiça informou que não há investigação nem pedido de interceptação telefônica contra o secretário, mas sim "trechos de conversas do secretário com um alvo da Polícia Federal".

"A Assessoria de Comunicação do Ministério da Justiça informa que não há, na Polícia Federal, investigação nem pedido de interceptação telefônica contra o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, mas que trechos de conversas do secretário com um alvo investigado foram captadas pela PF, em inquérito que corre sob sigilo", disse o ministério em nota segundo o jornal.