Sidrolandia
Um em cada três portadores da
Um em cada três portadores da Aids fica sem remédios contra HIV
R7
16 de Julho de 2010 - 16:55
A cada três pessoas que vivem com a Aids no mundo, pelo menos uma delas não tem acesso ao coquetel anti-HIV, vírus causador da doença. A falta de tratamentos para os portadores da Aids será um temas debatidos a partir do próximo domingo (18) durante a 18ª Conferência Internacional da Aids.
Promovido pela Unaids (Programa das Nações Unidas de Combate à Aids), o encontro vai reunir até sexta-feira (23) 25 mil especialistas em Viena, na Áustria.
Desde que o vírus foi descoberto, há quase 30 anos, a Aids já infectou 65 milhões de pessoas e causou 25 milhões de mortes. Só em 2008, a doença afetava mais de 33 milhões de pessoas em todo o mundo.
Segundo a Unaids, após décadas de luta contra a doença, o ritmo de propagação do vírus vem diminuindo e a ciência avança em direção a uma vacina. A falta de recursos, no entanto, é um problema crescente que ameaça esses avanços.
O resultado disso, de acordo com a agência da ONU, é que 11 milhões de doentes não têm acesso aos medicamentos antirretrovirais. Isso representa 33% de todas as pessoas infectadas no mundo todo.
Esses remédios impedem a multiplicação do HIV e diminuem a quantidade do vírus no organismo. Com isso, a defesa do organismo melhora e o portador corre menos risco de desenvolver outras doenças.
De acordo com Paulo Lyra, porta-voz da OPAS (Organização Pan Americana da Saúde), um dos problemas que agravam a situação da Aids no mundo é que muitos países dependem de ajuda externa para lutar contra a doença. Esses recursos, no entanto, estão cada vez mais limitados.
- Em 2009, o Fundo das Nações Unidas para a Aids calculou que em 2010 seriam necessários US$ 25 bilhões. [Mas] o que está disponível agora são US$ 11,3 bilhões.
Lyra disse que na América Latina e no Caribe, onde há 2 milhões de pessoas portadoras do HIV, o atendimento deste problema de saúde consome até 30% dos orçamentos de vários países.
Segundo o coordenador da MSF (Médicos sem Fronteiras) em Genebra, Nathan Ford, apenas de 30% a 40% das pessoas que precisam do tratamento estão recebendo os medicamentos antirretrovirais.
Em novembro de 2009, a MSF denunciou o congelamento de fundos internacionais dedicados à luta contra o vírus HIV.
- Levamos dez anos tratando a Aids, e já sabemos o que funciona e o que não, mas agora nos dizem que não há dinheiro suficiente.
Segundo Ford, há países da África subsaariana que realizam grandes campanhas de publicidade para convencer as pessoas a fazerem testes para descobrir se estão infectadas com HIV. No entanto, depois de encontrarem novos infectados, Ford afirma que esses países não têm condições de tratar a todos.