Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Terça, 24 de Setembro de 2024

Sidrolandia

Uma mulher é atacada no Brasil a cada 15 segundos, diz ONG

A ONG informa ainda que esses problemas afetam, principalmente, as mulheres pobres que vivem em comunidades carentes.

Agência Brasil

16 de Julho de 2010 - 15:56

Um estudo da organização não governamental (ONG) Centro pelo Direito à Moradia contra Despejos (Cohre) divulgado nesta sexta-feira apontou que, a cada 15 segundos, uma mulher é atacada no Brasil, e que uma em cada quatro brasileiras sofre com a violência doméstica. Além disso, 24% das entrevistadas disseram que, apesar das agressões que sofrem, não se separam porque não têm como se sustentar.

Segundo a pesquisa, 70% das vítimas de violência no Brasil foram agredidas dentro de casa e, em 40% dos casos, houve lesões graves. Das mulheres assassinadas no País, 70% sofreram agressões domésticas. A ONG informa ainda que esses problemas afetam, principalmente, as mulheres pobres que vivem em comunidades carentes.

O relatório analisa a questão da violência contra a mulher no Brasil, na Argentina e na Colômbia. Na região, 30% a 60% das mulheres sofreram agressões, de acordo com o estudo

Nesses países, o estudo informa que a "falta de acesso a uma moradia adequada, incluindo refúgios para mulheres que sofrem maus-tratos, impede que as vítimas possam escapar de seus agressores". Segundo o documento, "a dependência econômica aparece como a primeira causa mencionada pelas mulheres dos três países como o principal obstáculo para romper uma relação violenta".

A maior parte das vítimas não exerce atividades profissionais fora de casa. No Brasil, 27% das entrevistadas disseram que se dedicam ao lar. Na Argentina e na Colômbia, 25% das mulheres se declararam como donas de casa. Algumas delas afirmaram que não têm outras atividades profissionais por desejo dos maridos, companheiros e namorados.

O relatório, de 50 páginas, não especifica a quantidade de mulheres entrevistadas, mas informa ter conversado com dezenas de mulheres, vítimas de violência doméstica, nas cidades de Porto Alegre (Brasil), Buenos Aires (Argentina) e Bogotá (Colômbia).

"O direito à moradia adequada ultrapassa o direito de ter um teto sobre sua cabeça. É o direito de viver em segurança, em paz e com dignidade. É obrigação do governo assegurar esse direito às vítimas de violência doméstica", disse a responsável pelo setor de Peritos sobre as Mulheres da ONG Cohre, Mayra Gomez. "Por muito tempo, a relação entre violência doméstica e direito à habitação tem sido negligenciada pelos políticos. É tempo de os governos da América Latina corrigirem este erro", afirmou.