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Economia

Brasil tem crescimento no número de bovinos e galináceos, mas queda de suínos

Para calcular o valor de produção gerado pela pecuária, o instituto inclui seis produtos de origem animal.

Página 1 News

19 de Setembro de 2024 - 10:46

Brasil tem crescimento no número de bovinos e galináceos, mas queda de suínos
Também houve aumento da produção de leite e de ovos de galinha para níveis recordes. Foto: Divulgação

O ano de 2023 foi de crescimento no efetivo de bovinos e de galináceos, mas queda no total de suínos. Além disso, houve aumento da produção de leite e de ovos de galinha para níveis recordes. Esses são alguns dos destaques da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) 2023, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (19/9).

O rebanho bovino subiu 1,6% em 2023, ante 2022, e atingiu novo recorde, de 238,6 milhões de cabeças. É o maior patamar da série histórica da pesquisa, iniciada em 1974. O ritmo de expansão, no entanto, desacelerou, o que reflete a reversão da tendência de retenção de fêmeas para reprodução nos últimos anos, segundo a supervisora e consequente venda de bezerros e/ou aumento de rebanho tem mostrado arrefecimento, segundo a supervisora da pesquisa, Mariana Oliveira.

Números da pecuária em 2023

  • Efetivos
  • Galináceos: 1,6 bilhão de aves
  • Galinhas: 263,5 milhões de aves
  • Bovinos: 238,6 milhões de cabeças
  • Suínos: 43 milhões de cabeças
  • Ovinos: 21,8 milhões de cabeças
  • Codornas: 15,3 milhões de cabeças
  • Caprinos: 12,9 milhões de cabeças
  • Equinos: 5,8 milhões de cabeças
  • Matrizes de suínos: 5 milhões de cabeças
  • Bubalinos: 1,7 milhão de cabeças
  • Produtos da pecuária
  • Leite: 35,4 bilhões de litros
  • Ovos: 5 bilhões de dúzias
  • Ovos de codorna: 250,3 milhões de dúzias
  • Mel de abelha: 64,2 milhões de quilogramas
  • Lã: 8,5 milhões de quilogramas
  • Casulos de bichos-da-seda: 1,7 milhão de quilogramas
  • Fonte: IBGE

No rebanho de galináceos, a alta foi de 0,6% em 2023, para 1,6 bilhão. Desse total, 263,5 milhões, 16,7%, são de galinhas. O efetivo de galinhas que considera apenas as fêmeas em idade reprodutiva e com a finalidade de produção de ovos  cresceu 2,4% em relação a 2022.

O efetivo de suínos, por sua vez, caiu 3,1% em 2023 frente a 2022, totalizando 43 milhões de animais. O número de matrizes de suínos manteve-se estável em 5 milhões de matrizes.

A produção de ovos de galinha cresceu 2,9% em 2023, ante 2022, para 5 bilhões de dúzias de ovos, novo patamar recorde. Desde 1999, o valor estimado de produção de ovos de galinha não para de crescer ano após ano.

A produção de leite foi recorde em 2023, com alta de 2,4%, para 35,4 bilhões de litros. Essa alta ocorreu a despeito da redução de 0,1% do número de vacas ordenhadas, para 15,7 milhões de vacas ordenhadas, o menor resultado desde 1979. A supervisora da pesquisa explica que o movimento reflete aumento da produtividade, como resultado da maior adoção de tecnologias pelo setor leiteiro, que tem investido cada vez mais em genética e manejo do rebanho.

“O ano de 2023 foi marcado pelo fenômeno La Niña, que teve como consequência estiagem no sul do país, ao mesmo tempo em que provocou clima bem favorável no Norte e no Nordeste”, afirma Mariana Oliveira.

Valor da produção

Com aumento na produção de leite, o valor de produção dos principais produtos pecuários cresceu 4,5% em 2023 e atingiu novo recorde, de R$ 112,3 bilhões, informa o IBGE.

A produção de leite concentrou 71,5% deste valor e registrou, em 2023, R$ 80,4 bilhões, 0,4% a mais que em 2022. O resultado reflete aumento de 2,4% no volume produzido de leite, para 35,4 bilhões de litros, a despeito do recuo de 1,9% do preço médio do litro de leite.

Para calcular o valor de produção gerado pela pecuária, o instituto inclui seis produtos de origem animal. Além do leite, o grupo inclui ovos de galinha, mel, ovos de codorna, casulos do bicho-da-seda e lã de ovelha.

Os ovos de galinha são o segundo produto com maior participação no valor total de produção, com 27,1%, ou R$ 30,4 bilhões. O valor cresceu 17,3% em 2023, ante 2022, uma diferença de R$ 4,5 bilhões a mais. Em seguida, vêm mel (0,8%), ovos de codorna (0,5%), lã (menos de 0,1%) e casulos de bicho-da-seda (menos de 0,1%).

Considerando os principais produtos pecuários, Minas Gerais foi líder em valor de produção, com R$ 24,6 bilhões, ou 21,9% do total. A maioria absoluta (87,5%) do valor vem da produção de leite. O Estado está muito à frente dos demais líderes do ranking: Paraná (R$ 14,3 bilhões) e Rio Grande do Sul (R$ 11,3 bilhões).

No ranking dos municípios por valor de produção, Santa Maria de Jetibá (Espírito Santo) alcançou R$ 1,9 bilhão, graças à produção de ovos. O produto também explica o segundo colocado na lista, o município de Bastos (São Paulo), com R$ 1,4 bilhão, dos quais 98,6% são provenientes dos ovos de galinha. A cidade de Castro (Paraná) está em terceiro lugar, com valor de produção de R$ 1,3 bilhão. Neste caso, no entanto, a posição reflete a produção leiteira.