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Economia

Economia gera 439 empregos puxada por vagas em usina de álcool

Flávio Paes/Região News

25 de Janeiro de 2012 - 10:43

Depois de dois anos sucessivos acumulando redução de ofertas de vagas, o mercado do trabalho em Sidrolândia fechou 2011 com sinais de retomada crescimento, com abertura de 439 novos empregos com carteira assinada, embora quase 90% destas vagas, ofereçam salário de R$ 597,73, inferior ao salário mínimo que o trabalhador receberá dia 1º de fevereiro, R$ 620,00.

Em cidades vizinhas, também polos da produção sucroalcooleira, os níveis salariais em funções equivalentes (o trabalho nas lavouras de cana) são um pouco melhores que os praticados em Sidrolândia. Em Rio Brilhante o vencimento é de R$ 630,42; R$ 605,50 em Nova Alvorada do Sul e R$ 659,44 em Maracaju.

Ainda assim, os números revelam um salto se comparado ao quadro de 2010, quando o balanço entre contratações e demissões, demonstrou redução de 433 vagas no mercado formal. Melhou também em relação a 2009, quando houve a perda de 132 empregos . Os números são do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho, termômetro que o Governo Federal usa para medir o nível de emprego no País.

A cidade tem hoje 7.718 trabalhadores com carteira assinada. A estimativa é que o restante da sua força de trabalho, pelos 40%, esteja na informalidade, atuando na prestação de serviços e principalmente na construção civil. Tanto assim, para uma cidade, onde a cada dia brota uma nova construção, tenha sido praticamente residual os novos empregos no setor ( só foram registradas 12 novas de pedreiro).

O curioso é que embora o PIB (Produto Interno Bruto) da cidade já registre crescimento dos setores de serviço e indústria, foi exatamente a agricultura, base tradicional da economia sidrolandense, que sustentou este crescimento. Destas 433 novas oportunidades de trabalho, 87,5%, 379, foram geradas por uma única empresa, a Usina Santa Olinda instalada no distrito de Quebra Coco, que está passando por um processo de recuperação judicial (uma espécie de concordata), enfrenta centenas de ações trabalhistas e tem um histórico de atrasar salários e o recolhimento de encargos sociais.

De qualquer forma é avanço, considerando que em 2009, foram cortadas 133 vagas de trabalho (2.268 demissões para 2.135 contratações) e em 2010 o resultado foi pior, perda de 370 vagas (1.445 contratações e 1.815 demissões)

Em algumas funções, mais ligadas às indústrias, houve redução forte nas ofertas de trabalho. O setor do vestuário que hoje sofre a concorrência da importação chinesa teve de demitir. Para a função de costureiro industrial, por exemplo foram fechadas 33 vagas, considerando que foram registradas 129 demissões e 96 contratações. A atividade de alimentador de produção, perda de 51 postos de trabalho: 836 dispensas, ante 785 contratações.