Embrapa dispõe material on-line para download sobre safrinha do milho 2012

O Estado de Mato Grosso do Sul é considerado o terceiro maior produtor de milho safrinha. Em 2011 foram produzidas 3,12 milhões de toneladas de milho safrinha, em uma área colhida de 916 mil hectares, com rendimento médio de 3.400 kg ha-1, segundo dados do IBGE. Esses dados revelam a importância da cultura que começa a ser plantada no Estado em fevereiro, imediatamente após a colheita da soja.

Porém, o sucesso da colheita do milho, semeado ao longo dos meses de fevereiro e março, prevista para acontecer a partir de julho, está diretamente relacionada ao planejamento do processo produtivo da cultura nas propriedades, qualidade das sementes e insumos utilizados, tratos culturais e questões climáticas, dentre outros aspectos.

Com o objetivo de fornecer informações que contribuam com a tomada de decisão dos produtores rurais sobre o cultivo de milho, a avaliação dos coeficientes técnicos em sistemas de produção, da estrutura de custos e dos preços, a Embrapa Agropecuária Oeste, por meio do analista Alceu Richetti, divulgou o Comunicado Técnico nº 172, intitulado “Viabilidade Econômica da Cultura do Milho Safrinha, 2012, em Mato Grosso do Sul”. O material está disponível para download gratuito no site da Embrapa, no endereço eletrônico: http://www.cpao.embrapa.br.

“O estudo pretendeu avaliar economicamente a cultura do milho safrinha para a safra 2012, em Mato Grosso do Sul”, explica Alceu. Segundo ele, na publicação são apresentadas informações econômicas do processo produtivo do milho híbrido convencional em cultivo solteiro e em consórcio com Brachiaria ruzizienis e do milho híbrido geneticamente modificado, com a introdução de genes específicos de Bacillus thuringiensis, sendo este útlimo, também, pesquisado em sistema consorciado com B. ruziziensis.

Alceu destaca ainda a importância de se considerar aspectos singulares de cada propriedade, que apresenta particularidades quanto à topografia, fertilidade dos solos, tipos de máquinas, área plantada, nível tecnológico e, até mesmo, aspectos administrativos, que a torna diferenciada quanto à estrutura dos custos de produção.

O trabalho revelou que o custo de produção do milho safrinha em cultivo solteiro foi estimado em R$ 1.091,64; sendo o do milho consorciado com Brachiaria ruziziensis em R$ 1.120,52 e do milho Bt em R$ 1.195,29. Os custos desembolsáveis correspondem a 68,2% do total no milho solteiro, em 69,0% no milho consorciado e em 71,1% no milho Bt.

“Apesar dessas inúmeras variáveis envolvidas no planejamento da produção, quando o mesmo é bem feito, os resultados previstos para o milho safrinha desse ano tendem a ser positivos”, enfatiza Alceu. Ele explica ainda que os resultados da análise econômica revelam que os sistemas de produção de milho safrinha em cultivo solteiro, milho safrinha em cultivo consorciado com B. ruziziensis e milho safrinha Bt em cultivo consorciado com B. ruziziensis são viáveis economicamente, uma vez que a renda líquida e a renda da família são positivas.

Mas, salienta que em termos de eficiência, o milho safrinha solteiro e o consorciado com Brachiaria tem ligeira vantagem sobre o milho Bt. “Essa superioridade reflete apenas o menor custo de produção do milho safrinha em cultivo solteiro. Porém, quando se soma o índice de lucratividade e a taxa de rentabilidade, é possível perceber que todos os sistemas com milho safrinha são lucrativos e rentáveis”, destaca.