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Economia

Mulheres detêm menos de 40% da massa salarial, diz Ipea

O indicador aponta não só para os salários inferiores das mulheres como também para a menor penetração delas no mercado de trabalho

G1

14 de Dezembro de 2010 - 14:20

Um estudo divulgado nesta terça-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que o abismo entre homens e mulheres no mercado de trabalho ainda é significativo. A participação feminina na massa salarial das principais regiões metropolitanas - ou seja, no total de rendimentos dos trabalhadores das grandes concentrações urbanas do país - não passa de 40%. O indicador aponta não só para os salários inferiores das mulheres como também para a menor penetração delas no mercado de trabalho.

O salário das mulheres tem maior peso - 40% do total da massa salarial - nas regiões metropolitanas de Porto Alegre e de Salvador. O pior desempenho (36%) se dá em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. Em São Paulo, região que totaliza a maior massa salarial do país, a participação das mulheres fica em 37%. O levantamento foi feito com base em dados da Pesquisa Mensal do Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que coleta informações sócio-demográficas e de trabalho e educação em cada região do país.

Capitais - Os dados usados pelo Ipea são de setembro de 2010 e permitem um olhar detalhado sobre aspectos como sexo, cor da pele e ramo de atividade dos trabalhadores. De acordo com o estudo, a região metropolitana com maior massa salarial é São Paulo (15,1 milhões de reais), seguida pelo Rio (8 milhões de reais) e Belo Horizonte (4 milhões de reais). O indicador não passa de 1,7 milhão na região metropolitana de Recife, que tem o pior montante entre as principais capitais. A massa salarial em São Paulo é quase dez vezes maior que a de Recife.

O Ipea analisou ainda os indicadores de acordo com a cor da pele. Em Porto Alegre, os brancos respondem por 90% da massa de salário, enquanto os negros e pardos dividem os 10% restantes. Em Recife há empate entre a participação dos brancos e pardos. Cada um contribui com cerca de 48% da massa salarial dessa região. A participação de trabalhadores de cor amarela (1%, no máximo) ou indígenas (2%, no máximo) foi baixa em todas as capitais. Vale lembrar que a região Norte, onde mora a maioria dos índios e descendentes, não entra na pesquisa.

Setores – A maior parte da massa salarial vem de ocupações com a administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais. Na região metropolitana de Salvador, essas atividades chegam a contribuir com 36% do total de rendimento. Na Grande SP, o ramo tem 19% de participação na massa salarial - perde para intermediação financeira e atividades imobiliárias (24%) e indústria extrativa e de transformação e a produção de eletricidade, gás e água (20%). O comércio contribui com aproximadamente 15% da massa salarial das sete regiões metropolitanas analisadas.