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Economia

Novas usinas devem gerar R$ 320 mi em Mato Grosso do Sul

Correio do Estado

20 de Fevereiro de 2012 - 10:00

Com a chegada de novas usinas a Mato Grosso do Sul, a expectativa agora é pela vinda de indústrias de suporte do setor, como de manutenção dos maquinários específicos. Somente em 2011, as 24 usinas instaladas no Estado gastaram R$ 155 milhões em revisões ou consertos. O valor, que pode alcançar R$ 320 milhões nos próximos cinco anos, acaba indo a outros estados, devido à falta de empresas especializadas em Mato Grosso do Sul.

A ausência de empresas para suporte das usinas, principalmente nos reparos e revisões em estruturas de grande porte, como moendas, não chega a inviabilizar o crescimento do setor sucroalcooleiro, mas atrapalha. “A competitividade é muito grande, temos que ganhar nos detalhes. Com essa falta de empresas aqui, acabamos sendo obrigados a mandar o maquinário para São Paulo, com mais custos e perda de tempo”, lamentou Roberto Hollanda Filho, presidente da Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), que representa 22 usinas.

Mesmo com os problemas vividos atualmente, a expansão do setor e o anúncio pelo menos cinco novos empreendimentos do segmento funcionando em Mato Grosso do Sul até 2014, grandes empresas de apoio já olham o Estado de outra maneira. “Estive em um encontro em Dourados, e lá presenciei muitas empresas de grande porte no setor de manutenção afirmando que querem vir se instalar por aqui, por isso vejo o futuro positivamente”, comentou.

Impulsionado pela consolidação de usinas instaladas no ano passado e a construção de novos empreendimentos a longo prazo, o setor de manutenção de maquinários deve aumentar a movimentação financeira, e chegar a R$ 320 milhões em 2017, 106,4% a mais que os R$ 155 milhões movimentados ano passado, segundo dados da Secretaria Estadual de Produção e Indústria (Seprotur).

De acordo com Jonathas Soares de Camargo, superintendente Estadual de Indústria e Comércio, a expansão já gera uma enorme demanda e torna o Estado bem atrativo para as empresas de suporte. “Estamos tentando atrair interessados deste setor, contando com incentivos do Governo”, relatou Camargo, que confirma já haver empresas interessadas em se instalar no Estado.

Para a Biosul, a chegada das indústrias de suporte fará com que o Estado atinga um novo patamar no setor sucroalcooleiro. “Com o tempo vamos ter um parque de serviços voltados para as usinas”, opinou o presidente da entidade.

Mão de obra
Assim como em outros setores do Estado, o segmento sucroalcooleiro vem sofrendo com a mão de obra qualificada, mesmo empregando 29 mil pessoas diretamente.

O crescimento da mecanização vem tornando o processo do setor mais especializado, do corte da cana ao trabalho nas usinas. Para amenizar a situação, a Biosul e a Federação das Indústrias (Fiems) estão realizando serviços de capacitação para as empresas, em especial as que prestam serviços para as usinas do Estado.