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Economia

US$ 800 mi deixam de entrar na Argentina devido a medida protecionista

Também contribui para a redução dos embarques o custo das novas licenças exigidas

ZERO HORA

25 de Fevereiro de 2012 - 08:43

Novos entraves comerciais impostos pela Argentina já se refletem em US$ 800 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão) em produtos que não atravessaram a fronteira do Brasil só na primeira quinzena deste mês.

A estimativa da Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI) leva em conta os dois principais pontos de saída de mercadorias para o país vizinho: Uruguaiana e São Borja, ambos no Rio Grande do Sul, que respondem por 98% da passagem de produtos.

Pelo menos 40% desse volume está parado no Brasil, e o restante nem deve mais entrar no país vizinho – está sendo redirecionado para outros mercados.

– Mesmo que os produtos parados consigam entrar, as empresas brasileiras deixaram de exportar essas mercadorias no momento oportuno. No ano passado, entraves existiam, mas não eram tão intensos.

O tempo de espera era menor – explica Tadeu Campelo Filho, assessor jurídico da ABTI.

As expectativas não são boas. Campelo argumenta que o Ministério da Indústria da Argentina está incentivando os empresários a produzir no país o que mais importa.

Também contribui para a redução dos embarques o custo das novas licenças exigidas. Cada encaminhamento de declaração juramentada custa, em média, US$ 200.

A ABTI calcula que o prejuízo para o setor de transporte dos 476 embarques que não se concretizaram em fevereiro é de US$ 2,38 milhões.

Do início do mês até agora, a Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) aponta que só 30% dos pedidos foram liberados.

Coordenador do Conselho de Relações Internacionais e Comércio Exterior da entidade, Cezar Müller destaca que a cada ano a Argentina lança uma nova barreira comercial, o que tem prejudicado os setores que mais exportam, o de calçados e o de móveis.