INTERNACIONAL
Zelensky falará com Trump nesta quarta e defende supervisão dos EUA no cessar-fogo
Conflito entre Ucrânia e Rússia segue intensificado, mas nova tentativa de cessar-fogo surge com a mediação dos Estados Unidos.
Págima 1 News
19 de Março de 2025 - 15:58

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou que terá uma conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta quarta-feira (19), para discutir as condições de um cessar-fogo entre Ucrânia e Rússia. Zelensky enfatizou que os Estados Unidos devem ser os responsáveis por monitorar qualquer possível acordo de trégua, especialmente no que se refere às instalações de energia da Ucrânia, que seguem sendo alvos de ataques constantes por parte das forças russas.
Em meio a um conflito que já dura mais de um ano, Zelensky ressaltou que a Rússia havia concordado em suspender temporariamente os ataques às infraestruturas energéticas da Ucrânia, mas não aceitou a proposta de um cessar-fogo completo de 30 dias, como sugerido por Trump. Segundo Zelensky, as palavras de Putin não são suficientes e é crucial que os Estados Unidos exerçam um papel de supervisão mais rigoroso, garantindo que os ataques à energia sejam de fato interrompidos.
Durante sua visita à Finlândia, onde se reuniu com o presidente finlandês, Alexander Stubb, Zelensky declarou que a Ucrânia forneceria uma lista das suas instalações de energia, que deverão ser monitoradas pelos aliados dos Estados Unidos. “Eu realmente quero que haja controle. Mas acredito que o principal agente desse controle deve ser os Estados Unidos da América”, afirmou o líder ucraniano. Ele também se comprometeu a não atacar as instalações russas, caso os ataques à infraestrutura de sua nação sejam suspensos.
Enquanto isso, os combates continuam, com a Força Aérea de Kiev relatando que destruiu 72 dos 145 drones lançados pela Rússia durante a noite anterior. Por sua vez, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou que suas forças derrubaram 57 drones ucranianos. A troca de ataques aéreos aumentou as tensões, deixando claro que, apesar das negociações, o cessar-fogo total ainda está longe de ser alcançado.
Zelensky também foi questionado sobre as exigências da Rússia para que a Ucrânia interrompesse o recebimento de ajuda militar e de inteligência dos Estados Unidos, caso desejasse um acordo de paz definitivo. O presidente ucraniano foi firme em sua resposta, afirmando que nenhum país, incluindo os Estados Unidos, poderia ser influenciado pelas exigências russas. “Se você não planeja continuar travando guerra e realmente quer paz, então por que você temeria o exército ucraniano?”, questionou Zelensky.
A questão da ajuda militar, especialmente os fornecimentos de armas, tem sido um ponto de discórdia crucial nas negociações de paz. Zelensky rejeitou categoricamente a ideia russa de que o apoio externo à Ucrânia fosse interrompido. Ele ainda afirmou que tal condição da parte de Putin só demonstra que o líder russo não está verdadeiramente interessado em encerrar o conflito, mas sim em continuar a guerra.
Sobre o cessar-fogo proposto por Putin, que visava interromper os ataques à infraestrutura energética, Zelensky disse que a Ucrânia aceitaria, mas com a condição de que não houvesse mais ataques às instalações energéticas de ambos os lados. “Nós apoiamos a ideia de parar de atacar a infraestrutura energética”, disse Zelensky, destacando que seria uma medida viável, desde que ambas as partes cumprissem o acordo.
O Kremlin, por sua vez, afirmou que a Ucrânia está sabotando as negociações de paz e que a falta de vontade de Zelensky em chegar a um acordo é um motivo de preocupação. O governo russo também informou que novas conversas entre Trump e Putin devem acontecer em breve, com o objetivo de encontrar uma solução definitiva para o conflito.
Enquanto isso, a comunidade internacional aguarda ansiosamente por um avanço nas negociações, com a esperança de que um cessar-fogo real seja alcançado, mesmo que por um período limitado. O telefonema entre Zelensky e Trump, que aconteceu por volta das 11h no horário de Brasília, teve uma duração de 2h30 e foi considerado positivo pela Casa Branca. A esperança de ambos os líderes é que as conversas possam gerar avanços para uma paz duradoura, apesar das inúmeras dificuldades e divergências.