Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Terça, 14 de Janeiro de 2025

Mato Grosso do Sul

Sucuri gigante é flagrada caçando capivara em rio de água cristalina de MS

O registro foi feito na último sábado (13), em Bonito, pelo guia de turismo, Célio Araújo.

G1 MS

13 de Janeiro de 2025 - 16:16

Sucuri gigante é flagrada caçando capivara em rio de água cristalina de MS
Sucuri avistada no último sábado (11). Foto: Célio Araújo

O guia turístico, Célio Araújo, foi surpreendido, no último sábado (11), ao flagrar uma sucuri gigante predar uma capivara, durante um passeio no rio Sucuri, em Bonito (MS). Célio conta que era por volta das 09h, quando se deparou com a serpente envolta da capivara. Ao g1, o guia relatou já ter presenciado momentos semelhantes, mas, disse ser sempre surpreendente ver uma sucuri predando. "É sempre impressionante, surpreendente", relatou. O vídeo foi publicado nas redes sociais do guia.

O encontro não durou muito tempo, cerca de cinco minutos, tudo para não assustar a cobra e evitar que ela interrompesse seu processo de alimentação. “Não pode ficar muito tempo perto, pode ser que ela [a sucuri] se sinta incomodada e largue a presa”, destacou Celio.

Processo de digestão

A digestão das serpentes chama atenção. A cobra pode demorar até 1 mês para digerir as presas e passam a maior parte do tempo debaixo d'água, para não ser atacada. A doutora em Ecologia e especialista em répteis, Juliana de Souza Terra, explicou que as sucuris podem passar mais de um mês digerindo animais grandes, graças às adaptações em seus corpos.

"Elas conseguem deformar temporariamente o crânio, a mandíbula é flexível permitindo que elas abram bastante a boca. O ângulo de abertura em algumas espécies pode chegar a 180ºC, também tem o fato de terem a pele bastante elástica e as costelas móveis", apontou a especialista.

Das 4 espécies de sucuris existentes no mundo, 3 delas são encontradas no Brasil

Em todo o mundo há quatro espécies das sucuris, todas com registros na América do Sul (e três são encontradas no Brasil). Segundo especialistas, a sucuri de bene é a única que até hoje não teve registros em biomas brasileiros e pode ser vista somente na Bolívia.

  • Eunectes murinus (Sucuri-verde)
  • Eunectes notaeus (Sucuri-amarela)
  • Eunectes beniensis (Sucuri de bene)
  • Eunectes deschauenseei (Sucuri malhada)

Juliana Terra, doutora em ecologia pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora de um projeto voltado para as sucuris na região de Bonito (MS), explica que apesar de as quatro espécies ter suas particularidades, todas compartilham algumas características em comum.

"São espécies encontradas sempre associadas a ambientes aquáticos, onde desempenham suas atividades como caça e reprodução, entre outras. Tanto que o gênero das sucuris é o Eunectes, palavra grega. Se separar o 'eu', esta significa bom e fácil; e 'Nektes' significa nadador, ou seja, é um bom nadador", explica Juliana.