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Política

André busca o diálogo para evitar fuga de aliados na Capital e no interior

A ideia é impedir a candidatura anunciada pelo PSDB, que tem como principal opção o nome do deputado federal e presidente regional do partido, Reinaldo Azambuja.

Willams Araújo

06 de Julho de 2011 - 16:00

O governador André Puccinelli (PMDB) encarregou-se da missão de usar o diálogo como estratégia para impedir a debandada de aliados tanto em Campo Grande quanto no interior a fim de garantir a eleição da maioria dos prefeitos em Mato Grosso do Sul, no ano que vem.

A começar pela Capital, onde há o iminente rompimento de partidos aliados, como PSDB, DEM e PPS, o governador deseja ter uma conversa franca com os dirigentes dessas legendas que vislumbram ter candidato próprio em 2012.

Embora seu desejo seja eleger o deputado federal Edson Giroto (PR), que não pertence ao PMDB, para suceder o prefeito Nelsinho Trad (PMDB), André Puccinelli quer evitar o confronto com os aliados no próximo pleito.

Pelo PMDB, desfilam como pré-candidatos o secretário estadual de Habitação, Carlos Marun, o vice-prefeito Edil Albuquerque e o presidente da Câmara de Vereadores de Campo Grande, Paulo Siufi.

Ocorre que dentro do próprio grupo do governador, que envolve peemedebistas e republicanos, há confronto interno pela indicação do candidato que disputará a prefeitura em outubro de 2012. Ou seja, André Puccinelli terá primeiro de arrumar a casa para depois buscar entendimentos com os partidos de sua base de sustentação política.

Apesar de se dizer disposto a manter o diálogo, o líder peemedebista está consciente de que não deve conseguir reunir sua base de apoio em torno de seu candidato à sucessão do ano que vem.

A ideia é impedir a candidatura anunciada pelo PSDB, que tem como principal opção o nome do deputado federal e presidente regional do partido, Reinaldo Azambuja.

Pelo DEM, desponta como provável postulante ao cargo o deputado federal Luiz Henrique Mandetta, enquanto o PPS indicou o vereador Athayde Nery para enfrentar os peemedebistas, embora isso tudo só será definido durante as convenções que homologarão as candidaturas, em junho do ano que vem.

Apesar de não acreditar muito em nome de coalização, ou seja, candidato que reúna consenso dentro de seu grupo político, o governador revelou que a intenção é manter a unidade em torno do sucessor do prefeito Nelsinho Trad. 

INTERIOR

Em entrevista ontem à imprensa ao participar de evento na Governadoria, André Puccinelli disse que o imbróglio político não ocorre apenas na Capital, mas também no interior, onde o PMDB controla a maioria das prefeituras do Estado.

Ele disse que por onde anda tem ouvido apelo de pré-candidatos de partidos aliados que querem seu apoio em 2012. 

Na prática, esses candidatos cobram uma contra-partida, uma vez que ajudaram a reeleger o governador nas eleições do ano passado, quando André Puccinelli derrotou o ex-governador Zeca do PT logo no primeiro turno.

Em Dourados, o segundo maior colégio eleitoral do Estado, o governador também terá de conversar muito, uma vez que o PMDB está dividido entre as candidaturas dos deputados federais Marçal Filho e do Geraldo Resende. 

Além desse problema caseiro, o governador também deve manter conversações com o prefeito Murilo Zauith (DEM), o qual ajudou a eleger para o mandato "tampão" de dois anos após a renúncia do então prefeito Ari Artuzi.

No município, o democrata, que avalia a possibilidade de migrar para outra legenda – possivelmente o PSB, é aliado do PT, que também ensaia lançar candidato próprio à prefeitura.