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Política

Confronto com os aliados preocupa líderes do PMDB

A imposição de um nome dificultará as negociações com os demais partidos. A maior resistência pode ser encontrada no DEM, antigo parceiro do PMDB

Correio do Estado

29 de Novembro de 2010 - 09:51

De olho na sucessão estadual em 2014, os principais líderes do PMDB estão preocupados com o confronto com os aliados na disputa pela Prefeitura de Dourados. O prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), pré-candidato a governador, defende a união dos aliados em Dourados.

Mas os dirigentes do partido do município estão decididos a concorrer às eleições, que podem ocorrer no primeiro trimestre de 2011, se a Câmara Municipal cassar, antes do início do recesso parlamentar de dezembro, o mandato do prefeito afastado Ari Artuzi (sem partido) e do vice Carlinhos Cantor (PR), presos pela Polícia Federal por desvio de dinheiro público.

Nelsinho não pretende interferir em questões internas do PMDB, mas adverte que o racha pode levar o partido e seus parceiros a entregar a prefeitura para os rivais.

Dourados é considerado um polo estratégico para as eleições de 2014. Hoje, da base aliada ao governador André Puccinelli (PMDB) o nome mais forte para vencer os rivais é do atual vice-governador Murilo Zauith (DEM).

O grande obstáculo de Murilo é justamente o PMDB douradense. Os deputados federais Geraldo Resende e Marçal Filho preferem o enfrentamento se o DEM não "engolir" candidato do PMDB.

As lideranças maiores do PMDB estão evitando dar palpites em Dourados para não serem acusados de interferir nas questões internas. O governador já declarou, por causa disto, que não vai "meter o bedelho" em Dourados.

O governador disse ter cumprido com Dourados em apoiar a candidatura de Murilo Zauith para o Senado. E demonstrou continuar apostando na força eleitoral do seu vice-governador. Em conversas reservadas com parlamentares, André teria declarado que "Murilo é imbatível" na disputa pela Prefeitura de Dourados.

Se fosse consultado pelas lideranças políticas do partido douradense, o governador aconselharia o PMDB a indicar o vice de Murilo a correr o risco de sair derrotado num enfrentamento na campanha eleitoral. Ele não pretende tomar a iniciativa de articular esta aliança para não ser acusado depois de "meter o bedelho".

Mas se o PMDB insistir em concorrer com candidatura própria à Prefeitura de Dourados, o governador espera não ser responsabilizado por eventual derrota e racha nos partidos aliados.

A cúpula do PMDB já tomou a decisão de concorrer à prefeitura com candidatura própria. Os deputados federais Geraldo Resende e Marçal Filho encabeçaram as articulações para o PMDB lançar candidato próprio.

A imposição de um nome dificultará as negociações com os demais partidos. A maior resistência pode ser encontrada no DEM, antigo parceiro do PMDB, que vê a chance de conquistar a prefeitura com Murilo Zauith.