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Política

Daltro vai aproveitar visita de André para mostrar força política

O suposto favoritismo do candidato do PSDB ruiria quando o prefeito colocasse sua tropa de choque na rua, com um candidato a tiracolo.

Flávio Paes e Marcos Tomé

10 de Outubro de 2011 - 09:00

Daltro vai aproveitar visita de André para mostrar força política
Daltro vai aproveitar visita de Andr - Foto: Marcos Tom

Mais do que a inauguração de obras (47 casas populares, asfalto na Rua Ponta Porã e da estrada para Quebra Coco) o prefeito Daltro Fiúza quer aproveitar a vinda do governador André Puccinelli a Sidrolândia no próximo sábado dia 15, para dar uma demonstração de força política e de interesse em arregaçar as mangas pela eleição do seu sucessor que deve ser do PMDB.

Neste projeto caberia ao PT indicar o vice e teria um amplo arco de alianças em que estarão com certeza o PR,  o PSB e o PDT, havendo as chances de ao grupo se juntar o DEM  e o PT do B. O prefeito quer definitivamente desfazer a percepção ainda encampada por alguns setores políticos de que se manteria equidistante do processo eleitoral,  uma quase neutralidade, postura conveniente para o candidato da oposição, o ex-prefeito Enelvo Felini.

Esta demonstração de quem é capaz de unir toda esta musculatura partidária é também uma forma de convencer o governador de que a disputa em Sidrolândia está longe de estar decidida.  Quer-se também evidenciar que o PMDB e as forças políticas que gravitam em torno de Daltro têm condições de lançar um candidato competitivo. O suposto favoritismo do candidato do PSDB ruiria quando o prefeito colocasse sua tropa de choque na rua, com um candidato a tiracolo.

Para que este projeto saia o prefeito terá de reacomodar na sua administração o PDT e o segmento do PT ligado ao presidente da Câmara, Jean Nazareth, que perderam espaço no primeiro escalão desde dezembro do ano passado.

Na época Daltro rompeu com as duas legendas em represália pela derrota da sua  candidata a presidente da Câmara, Roberta Stefanello na disputa pelo comando do Legislativo Municipal. Antes da crise, o PDT tinha duas secretarias (de Infraestrutura e Desenvolvimento Econômico) e o PT,  três (Administração, Desenvolvimento Rural e  Assistência Social). A de Assistência foi devolvida a uma parcela de facções petistas que controla o diretório municipal.   

Embora muita coisa ainda possa acontecer até junho do ano que vem prazo final das convenções para homologação de candidaturas e coligações, parece descartada a hipótese de a chapa majoritária apoiada por Daltro não ter PMDB e PT como protagonistas. O PMDB, por ser o partido do governador e o PT (além do seu potencial eleitoral junto a população de índios e assentados, em torno de 20 a 25 mil pessoas), legfenda do senador Delcídio do Amaral, estrela petista em ascensão.

Uma dobradinha entre as duas legendas é a garantia da presença no palanque de Delcidio e de que André não teria como apoiar (pelo menos publicamente) o candidato do PSDB.

Segundo informações de bastidores, resguardadas da cautela necessária, porque conta da própria dinâmica dos fatos que podem mudar o cenário, o PMDB tem hoje dois pré-candidatos, a vereadora licenciada, Roberta Stefanello e o empresário Acelino Cristaldo.

Fracassaram as tentativas de atrair para os quadros peemedebistas, na reta final do prazo de filiações, nomes ligados historicamente ao candidato tucano, com influência no comércio, no agronegócio, que eventualmente surgir como “caras novas” na disputa eleitoral. Este movimento já tinha sido abortado quando foi assediado o ex-vereador Marcelo Ascoli. Estiveram nas cogitações “seduzir” nomes como o dos empresários Moacir Hernandes,  Gilmar Sandi, que acabaram trocando o PDT pelo PSDB.

Roberta, embora tenha contra si sua inexperiência administrativa, introversão de personalidade, é hoje favorita dentro do PMDB. Em seu favor conta o fato de ser mulher (o que eleitoralmente hoje é uma vantagem), foi vereadora mais votada, sua família de um histórico de alinhamento e fidelidade ao projeto político do prefeito.  Dentro do PMDB, a candidatura de Roberta arrebanha a maioria dos filiados, embora a palavra final (por razões óbvias) seja do prefeito, que tem voto qualificado na convenção.

Se Roberta for candidata à prefeitura não teria dificuldades de ser aceita pelo deputado Paulo Correa (patrono do PR).Afinal, embora  a vereadora seja do PMDB e o parlamentar do Partido da República, em 2010 ela  fez campanha  para Paulo. 

O empresário Acelino também se coloca como pré-candidato. Baixa rejeição, interlocução com os setores empresariais da cidade que concentram os potenciais financiadores de campanha. Ele condiciona entrar na disputa se tiver não só às bênçãos do prefeito, mas do PMDB inteiro. Não se imagina Acelino disputando na convenção o direito de ser candidato.