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Política

Insatisfações com partido podem levar Thronicke a trocar União pelo Podemos

Cúpula nacional do partido já teria sido informada da saída.

Correio do Estado

19 de Maio de 2023 - 08:12

Insatisfações com partido podem levar Thronicke a trocar União pelo Podemos
A senadora sul-mato-grossense pode, em breve, reforçar a base do Podemos no Senado Federal - Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado

A senadora Soraya Thronicke estaria de malas prontas para trocar o União Brasil pelo Podemos, em decorrência de insatisfações com a sigla, que sofre crise partidária em Mato Grosso do Sul, onde a ex-deputada federal e agora superintendente de Desenvolvimento do Centro-Oeste, Rose Modesto, ganhou projeção e até foi eleita presidente estadual da legenda, pleito que está sendo contestado judicialmente pelo suplente de deputado estadual Rhiad Abdulahad, que também venceu uma eleição para comandar o partido no Estado.

Segundo fontes ouvidas pelo Correio do Estado, a saída da parlamentar já estaria certa e inclusive a cúpula nacional do União Brasil, formada por Luciano Bivar, Antônio de Rueda e Antônio Carlos Magalhães Neto, teria conhecimento dos planos da senadora sul-mato-grossense de deixar o partido para assumir o comando estadual do Podemos em Mato Grosso do Sul no lugar de Sérgio Murilo, que atualmente comanda a legenda no Estado.

Esse deve ser um problema para a parlamentar, pois Sérgio Murilo não deve aceitar fácil a perda do comando do Podemos, partido que ele ajudou a reconstruir em MS.

Além disso, Soraya Thronicke terá ainda de lidar com o único deputado estadual da legenda em Mato Grosso do Sul, que é Rinaldo Modesto, irmão de Rose Modesto.

Como ele não pode trocar de partido até a janela de 2026, deve ser uma pedra do sapato da senadora na sua nova casa, porém, o deputado estadual também terá de conviver com o desafeto da irmã nos próximos quatro anos.

ENTENDA O CASO

No mês passado, a senadora Soraya Thronicke dissolveu a executiva estadual do União Brasil em Mato Grosso do Sul e realizou uma eleição em que foi eleito Rhiad Abdulahad, que faz parte do seu grupo dentro do partido.

Porém, a situação ficou ainda mais estreita após a executiva nacional se posicionar a favor do grupo de oposição, liderado pela ex-deputada federal Rose Modesto, que agora comanda a Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), pelo ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro Luiz Henrique Mandetta e pelo ex-vice-governador Murilo Zauith.

Diante disso, conforme apurou o Correio do Estado, a ex-candidata à Presidência da República iniciou diálogos com outros partidos, como o Podemos e até o PSD.

Soraya Thronicke, inclusive, chegou a se reunir com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que hoje ocupa o cargo de secretário estadual de Governo e Relações Institucionais de São Paulo, porém, as negociações não teriam avançado, afinal, o partido já tem como presidente estadual o também senador Nelsinho Trad e a senadora queria o comando da legenda no Estado.

As rusgas na relação entre Soraya Thronicke e o União Brasil foram desencadeadas na corrida pela Presidência da República, quando a parlamentar acusou o partido de não investir em sua candidatura.

Porém, de acordo com as fontes ouvidas pela reportagem, essa situação teria sido superada, e o que teria deixado a senadora descontente foi o apoio da cúpula nacional do União Brasil para que Rose Modesto assumisse a Sudeco e por ter ficado do lado dela na disputa pelo comando do partido em Mato Grosso do Sul.

O Correio do Estado procurou a senadora Soraya Thronicke para ouvir a versão dela dos fatos, mas até o fechamento desta matéria não obteve sucesso.

A reportagem também tentou falar com a superintendente de Desenvolvimento do Centro-Oeste, Rose Modesto, mas não conseguiu retorno e o espaço continua aberto para que ambas possam se pronunciar.