Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Sábado, 23 de Novembro de 2024

Política

Investigação de corrupção em MS respinga em André

Midiamax

02 de Dezembro de 2010 - 13:40

O MPE (Ministério Público Estadual) encaminhou ao BC (Banco Central) um comunicado solicitando informações sobre as contas bancárias da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, informou uma fonte do órgão.

Na prática, essa ação já sinaliza que o MPE deve entrar com pedido de quebra de sigilo financeiro do Poder Legislativo.

A medida é parte da investigação acerca da existência de um suposto mensalão que teria favorecido o governador eleito André Puccinelli, do PMDB, o Poder Judiciário e o Ministério Público Estadual. O governador teria uma cota mensal de R$ 2 milhões.

Por conta desse suposto escândalo, divulgado à exaustão no período eleitoral, por meio da internet, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) veio para cá no início da semana para fazer uma inspeção no Judiciário sul-mato-grossense.

O caso surgiu por meio de uma gravação onde o deputado estadual Ary Rigo, do PSDB, sem que soubesse da filmagem, revelou a suposta trama de distribuição de dinheiro da Assembleia às autoridades.

O chefe do MPE, o procurador Paulo Alberto Oliveira, não confirmou o pedido ao BC, mas admitiu que “isso era possível, sim”. “Se houver necessidade, claro, será pedido à quebra de sigilo financeiro”, anunciou.

Oliveira disse que o processo de investigação do suposto mensalão já produziu 18 volumes e que o MPE pediu informações sobre as contas da Assembleia e o que o prazo para entrega da documentação expira no dia 18 deste mês.

Na audiência do CNJ, realizada nesta quarta-feira, em Campo Grande, a ex-presidente da OAB, Elenice Carrile, sugeriu a investigação. “Só quebrando o sigilo da Assembleia é que vamos saber quem é inocente e quem é culpado”.

Na semana passada o deputado federal Dagoberto Nogueira, do PDT, por conta da denúncia do mensalão, entrou com uma representação na PGR (Procuradoria Geral da República) pedindo que Puccinelli não assuma o segundo mandato, e ainda solicitou o sequestro de bens do governador por ele ter supostamente praticado improbidade administrativa e enriquecimento ilícito.

O caso foi tratado nesta quarta-feira pelo portal Uol. Puccinelli reagiu dizendo que a representação de Nogueira teria “motivações políticas”.

Ao Uol, a assessoria do peemedebista informou que "todos os documentos referentes à vida fiscal, bancária e telefônica do governador, desde 1995, foram colocados à disposição da Justiça Eleitoral e do Ministério Público Eleitoral".

Dagoberto Nogueira retrucou: "Tudo para ele [Puccinelli] é motivação política".

"Se abrir a conta dessa Assembleia, vai tanta gente presa... O que acontece no Mato Grosso do Sul é fichinha perto do que acontece em outros Estados. É só abrir as contas da Assembleia”, disse o deputado ao portal.

"Por muito menos, o Jackson Lago [ex-governador do Maranhão pelo PDT] foi cassado [pelo TSE por abuso de poder político]", comparou o pedetista.