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Política

Lideranças da base aliada, em compasso de espera por sinal verde de Daltro

A dúvida se tais habilidades funcionarão num cenário em que não é candidato só será respondida na abertura das urnas.

Flávio Paes e Marcos Tomé

30 de Agosto de 2011 - 08:34

Lideranças da base aliada, em compasso de espera por sinal verde de Daltro
Lideran - Foto: Marcos Tom

Lideranças de seis dos sete partidos que subiram no palanque de reeleição do prefeito Daltro Fiúza em 2008, (PMDB, PT, PDT, DEM, PSB, PR) vivem momentos de angústia na expectativa de um sinal verde do prefeito sobre os rumos que tomarão na eleição de 2012.

Eles têm em comum a percepção, aparentemente contraditória, em que simultaneamente temem que não haja tempo para se viabilizar uma candidatura competitiva capaz de barrar o ex-prefeito tucano, mas confiam na capacidade intuitiva de Daltro de tomar a decisão adequada, tendo como referência seu histórico de quatro vitórias em eleições municipais. A dúvida, se tais habilidades funcionarão num cenário em que Daltro não é candidato, só será respondida na abertura das urnas.

Com exceção do PR, por falta de filiados com maior densidade eleitoral, as demais legendas aliadas de pelo menos um pretendente a candidato, alguns mais discretos, mas todos com uma tropa de aliados disposta a “fritar” quem se apresentar como “ungido” do prefeito para a disputa. Administrar a fogueira de vaidades dentro do seu próprio partido, o PMDB, tem sido o primeiro desafio de Daltro, daí porque sua cautela nas articulações ano que vem.

O primeiro a ser vítima desta fritura foi o ex-vereador Marcelo Ascoli, barrado no partido ainda nas articulações preliminares, que acabou se filiando mesmo no PSDB. A mesma “frigideira” discretamente começa circular agora tendo como alvo o empresário Acelino Cristaldo, que ao se filiar ao PMDB mereceu uma recepção com status de pré-candidato.

No PMDB há lideranças que torcem o nariz para esta pretensão, sob  o argumento de haver no partido nomes “históricos” em condições de entrar na disputa. A lista inclui a vereadora Roberta Stefanello, o secretário Nilo Cervo e o produtor Delair Zanin.

O DEM – Democratas - que até aqui é uma legenda controlada pelo prefeito, tem entre seus filiados o ex-vereador Ademir Osiro, segundo colocado nas pesquisas, mas já manifestou preocupação de, em  permanecendo na legenda, ser surpreendido com a determinação da Executiva Regional de aliança preferencial com o PSDB.

O temor do ex-vereador cresceu depois que o presidente, deputado Zé Teixeira, mostrou simpatia pela parceria com os tucanos. Surgiram especulações de que a vaga de vice na chapa do ex-prefeito estaria reservada para a coordenadora municipal das Políticas Públicas para a Mulher, Solange Stefanello, que foi vice do prefeito Daltro entre 2004 e 2008.

Ademir Osiro não aceita subir no palanque de Enelvo.  Ele tem até o dia 7 de outubro (prazo final para mudar de partido dos que serão candidatos) para resolver o que fazer do seu futuro político. Ensaiou entrar no PMDB, recuou diante dos sinais de desinteresse da legenda em recebê-lo.

Avaliou a possibilidade de retornar ao PDT, legenda hoje onde quem define os rumos é o advogado Gerson Claro, também um pré-candidato. “Vou tentar uma conversa com o governador André Puccinelli, para então decidir o que fazer”, informa Osiro a reportagem do Região News.   

No PSB, onde se abrigou depois de deixar o PDT, o vice-prefeito Ilson Fernandes, se mantém como pré-candidato e admite, no entanto, que o projeto depende apenas da sua vontade. “É necessário que eu esteja bem nas pesquisas e consiga reunir o consenso dos partidos da base”. Ilsinho recebeu a garantia do presidente regional Murilo Zauith, de que o partido vai ter a liberdade de tomar a decisão mais adequada para sua consolidação em Sidrolândia.

No momento ele trabalha para fazer novas filiações e consolidar uma chapa pura de 20 candidatos ao Legislativo, com projeção de fazer de um a dois vereadores. Ele já provocou descontentamentos entre aliados ao atrair para a legenda socialistas lideranças que acompanhavam seus antigos companheiros de PDT.

O advogado Gerson Claro, que deve assumir a presidência do diretório municipal do PDT, acredita que o partido tem condições de ser decisivo na eleição de 2012, tanto quanto imagina que tenha sido em 2008, quando indicou o vice, elegeu dois vereadores e ficou com duas secretarias até dezembro do ano passado.

Na ocasião o prefeito rompeu com o partido, demitiu os secretários, numa reação à derrota de sua candidata (Roberta Stefanello) na eleição para presidente da Câmara. Depois que o PDT se reaproximou em nível estadual do governador André Puccinelli, Gerson se animou com a possibilidade de ser o candidato, tendo como vice um nome indicado pelo PMDB, contando na aliança com o PT.

O PT convive com os conflitos permanentes das cinco legendas que controlam o partido. O presidente da Câmara, Jean Nazareth, que se apresenta como pré-candidato, enfrenta resistências dessas tendências que hoje estão contempladas com cargos na Secretaria Municipal de Assistência Social.

O secretário Márcio Marqueti também se habilita para a disputa. Pouca gente leva a sério esta pretensão. De olho no potencial eleitoral das 5 mil famílias de assentados que moram na zona rural da cidade, um vice petista é o sonho de consumo de quem pretende enfrentar nas urnas o ex-prefeito Enelvo Felini.

O PP, que também era uma legenda satélite do prefeito Daltro Fiúza, hoje é controlada pelo deputado estadual Alcides Bernal. Ninguém se arrisca a prognosticar qual o rumo político que tomará. A legenda tentou atrair sem sucesso para seus quadros os ex-vereadores David Olindo (ainda sem partido) e Aroldo Calves, ainda no PT.