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Sidrolândia

Apae recebe 3 terrenos; parte de um pesqueiro, R$ 20 mil e fecha acordo com ex-funcionário acusado de desvio

Entidade fechou acordo com Glauciomar de Oliveira Silva apontado como beneficiário do desvio da APAE.

Flávio Paes/Região News

12 de Setembro de 2018 - 07:30

Apae recebe 3 terrenos; parte de um pesqueiro, R$ 20 mil e fecha acordo com ex-funcionário acusado de desvio

Embora a auditoria tenha descoberto indícios de que o ex-funcionário tenha desviado R$ 718.049,09, entre 2015 e 2017, na última segunda-feira (10), a APAE fechou acordo com Glauciomar de Oliveira Silva apontado como principal idealizador e beneficiário do desvio. Por seis anos ele praticamente controlou a administração da entidade com plenos poderes, desfrutando de plena confiança da diretoria. 

Pelo acordo Glauciomar vai entregar bens (além de ressarcir a entidade em R$ 30 mil, em 15 parcelas de R$ 2 mil) que não cobrem nem metade do prejuízo que ele deu à instituição, avaliado em R$ 524.358,92, valor da ação de ressarcimento que a APAE ajuizou contra o ex-funcionário. 

O presidente da entidade, Gláucio Eidi Hisatsu, sustenta que o acordo foi firmado porque o processo judicial, se arrastaria por anos até o trânsito ser julgado em todas as instâncias, privando a APAE de gerar receita com o patrimônio, além do risco de o ex-funcionário encontrar brechas jurídicas para se desfazer dos bens. 

O acordo de conciliação selado na 2ª Vara Cível, com intermediação do advogado David Olindo, prevê que Glauciomar vai transferir à entidade três terrenos (dois no Loteamento Altos da Figueira e um terceiro no Nova Era), 4,12% da sua cota de participação num pesqueiro (Pousada Beira Rio), bens de sua propriedade que estavam bloqueados pela Justiça como garantia de ressarcimento. Ele se comprometeu a pagar R$ 30 mil em 15 parcelas de R$ 2 mil, a primeira, deve ser depositada em 10 de outubro, com incidência de 20% de juros em caso de atraso.  

O acordo cessa o processo judicial na esfera civil, mas mantém a ação contra Glauciomar no âmbito criminal. Serve também como confissão de culpa. 

O desvio 

Em janeiro deste ano a diretoria da APAE levantou os primeiros indícios de que Glauciomar teria desviado recursos da entidade. O ponto de partida das suspeitas foi o fato de que o pagamento de um lance no leilão beneficente para entidade não ter aparecido nas contas da instituição. O benemérito ficou intrigado já que emitira o cheque no valor de R$ 15.950,00, nominal em favor da APAE.  

O doador conseguiu rastrear o destino do cheque através de uma cópia na agência bancária. Para sua surpresa, na lâmina observou que o Glauciomar fez uma rasura, apagou os dados da conta da APAE e substituiu pelo da esposa. Ele tentou contornar a situação com uma explicação não muito convincente. Acabou caindo na conta da APAE um pagamento no valor de R$ 16.190,00, a diferença seria uma espécie de juros pela apropriação indevida do dinheiro da instituição que atende mais de 160 crianças e adultos excepcionais. 

A auditoria realizada nas contas da APAE mostra que o desvio pode ter chegado a R$ 718.049,09, que representa a diferença entre o valor total dos lances de arremate oferecidos nos leilões beneficentes realizados de 2015 a 2017 e a receita obtida com eventos filantrópicos em favor da instituição. No entanto, só houve comprovação documental que Glauciomar se apropriou de exatos R$ R$ 524.358,92, já mencionados.