Sidrolândia
Após 5 anos, assentados do Nazareth ainda sem acesso a crédito, esperam água e 58 ainda estão em barracos
Pelo menos 58 famílias ainda moram em barracos, só duas conseguiram DAP e tiveram acesso aos recursos do Pronaf.
Flávio Paes/Região News
06 de Outubro de 2019 - 19:58
No mais novo assentamento de Sidrolândia, o Nazareth, na divisa com Nova Alvorada do Sul, que em agosto completou 5 anos, as 171 famílias ainda têm pela frente uma série de desafios. Pelo menos 58 famílias ainda moram em barracos, só duas conseguiram DAP (Declaração da Aptidão do Produtor) e tiveram acesso aos recursos do financiamento do Pronaf (R$ 25 mil).
A rede de água já está quase pronta, juntos os três poços perfurados apresentaram vazão de 45 mil litros por hora e só falta a Energisa fazer o rebaixamento da rede para garantir o funcionamento das bombas.
Na semana passada foram inauguradas 61 casas, que demorarem dois anos para ficarem prontas, erguidas em regime de autoconstrução. Em outras fases, 72 já tinham sido entregues, há 38 em construção que devem ficar prontas em 2020. Entretanto, um grupo de 20 famílias, não conseguiram acesso aos recursos do Minha Casa, Minha Vida (R$ 26.400,00) porque já tinham recebido recursos de outros programas habitacionais da Caixa Econômica.
Apesar de todas as dificuldades enfrentadas até aqui, ter uma casa de alvenaria representa uma vitória para quem antes de ter entrado na fazenda que deu origem a assentamento, ficou 8 anos acompanhado em Batayporã, de onde se transferiu para Sidrolândia, caso de José Batista que esperou mais dois anos até o Incra dividir a propriedade e sortear o lote de 11 hectares que lhe coube.
A casa de 40 metros quadrados de área construída, com todo acabamento (inclusive forro), saiu por R$ 33.800,00, sendo R$ 26.400,00 para compra do material e R$ 7,400,00, destinada à mão-obra, que cada morador se encarregou de contratar ou eles próprios fizeram (aqueles com experiência em construção). Para quem passou anos embaixo de um barraco de lona, ter uma casa de alvenaria representa uma conquista.
As obras tiveram acompanhamento de um engenheiro da entidade supervisora (a Associação Estadual de Cooperação Agrícola), que compra o material de forma coletiva, barateando os custos.
A construção demorou porque nem tudo mundo conseguiu imprimir o mesmo ritmo e isto retarda a liberação de recursos por parte da Caixa Econômica Federal. O repasse depende da evolução da obra como um todo para que em cada etapa, todos os participantes concluam a casa de forma simultânea.
Na avaliação de José Batista, mesmo sem recursos do Pronaf pra iniciar uma atividade produtiva (a maioria deve se dedicar à pecuária leiteria), se dedicam a horta, mantém criações domésticas (porco, galinha). Como o lote não garante renda, a maioria dos homens sustenta suas famílias com trabalho em fazendas da região.