Sidrolândia
Assentados embarcam 12 toneladas de urucum e faturam R$ 72 mil
Grupo de assentados embarcaram 12 t de urucum produzidas, colhidas, limpas e ensacadas por pequenos produtores.
Flávio Paes/Região News
27 de Setembro de 2018 - 09:57
A Urucum do Brasil, empresa parceira de um grupo de 100 assentados de Sidrolândia dedicados à cultura, levou hoje para Monte Castelo, cidade do interior de São Paulo onde fica seu parque industrial, 12 toneladas de urucum produzidas, colhidas, limpas e ensacadas por 20 pequenos produtores dos assentamentos Eldorado, Nazaré e Estrela. Estes produtores são os que tem lavoura com pés de urucum já produzindo.
Eles terão um faturamento (livre de ICMS e frete) de aproximadamente R$ 72 mil, proporcional a quantidade de produção que entregaram. Só um dos produtores, com lavoura na sede do Eldorado, entregou quase 7 toneladas.
O quilo do urucum é vendido por R$ 6,00, mas como outra commodity, depende da demanda do mercado interior e externo, já que parte da produção é exportada. Só a carga embarcada no lote de dona Marlene Biel, contabilizou 12 toneladas, abrangendo a produção dela e de alguns vizinhos.
A safra deste ano, colhida em junho, foi 33% maior que a de 2017 que atingiu 9 toneladas e para 2019, mais uma parte das 200 mil pés de urucum entrarão em estágio de produção (atingido para um ano e meio do plantio) a expectativa é que a produção chegue a 24 toneladas, porque além de novas plantas entrarem em produção, a produtividade das antigas, na medida que o tempo, aumenta progressivamente.
Pra que serve o urucum
Da semente do urucum é extraída uma substância chamada bixina, que é usada como colorífico e corante nas indústrias alimentícias, farmacêuticas, têxteis, de cosméticos e de perfumarias. A demanda por esses produtos no mercado está em alta desde que a Organização Mundial de Saúde (OMS) propôs o uso limitado de corantes sintéticos, principalmente nos alimentos, para evitar eventuais ações cancerígenas. A produção de urucum é muito rentável, com valor médio de R$ 6,00 o quilo, mas em 2017, chegou a R$ 10,00, quando a demanda aumentou.
“Com um hectare é possível produzir 2,5 toneladas e faturar até R$ 14 mil por safra, além de ser uma cultura que não dá muito trabalho, pois é resistente ao solo, ao clima e não tem muitas doenças”, comenta, dona Marlene, que há 3 anos descobriu a cultura, mobilizou a vizinhança para a atividade em que os assentados contam com a parceria da Urucum do Brasil, que compra toda a produção.
Além da correção do solo com calcário, é necessário fazer três aplicações anuais de adubação, na proporção de 0,50 grama por aplicação em cada planta. No primeiro ano começa a produção, com produtividade entre 500 gramas e 1 kg, podendo chegar a 7 quilos ao prazo de cinco anos.