Começa dia 15 de outubro inscrição para adesão ao projeto ‘Família Acolhedora

A Procuradoria Jurídica da Prefeitura de Sidrolândia publicou edital de abertura de inscrições para famílias interessadas em participar do projeto “Família Acolhedora”, programa contido no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instituído no âmbito municipal em novembro de 2017, que tem como objetivo proporcionar a criança e ao adolescente, um período de transição de convivência familiar até serem adotados.

O edital limita em quatro o número de famílias habilitadas. As inscrições poderão ser feitas na Secretaria Municipal de Assistência Social entre os dias 15 e 26 de outubro. As famílias que passarem pelo processo de seleção, receberão um salário mínimo para cada criança que adotarem ou mais meio salário mínimo, se acolherem uma segunda criança. Só no caso de irmãos, a família poderá acolher mais de duas crianças.

A lei que institui o projeto Família Acolhedora foi sancionada em novembro de 2017, previa, por exemplo, que só casais heterossexuais pudessem acolher crianças até 12 anos. A restrição foi eliminada na regulamentação publicada agora. Para se habilitar, a família terá de residir há pelo menos 5 anos na cidade, ter entre 21 e 60 anos, sem restrição de gênero ou estado civil, ter pelo menos o ensino fundamental; ter residência; disponibilidade de tempo e interesse para se dedicar exclusivamente aos cuidados e proteção e adolescente.

Segundo o juiz Fernando Moreira Freitas, atualmente três adolescentes, na faixa etária de 12 anos, cujos pais perderam a guarda dos filhos, estão numa casa abrigo mantida pela Prefeitura e supervisionada pelo Juizado. O objetivo é fazer com que jovens na mesma situação passem a conviver num ambiente familiar para quanto forem adotados, o processo de adaptação seja menos traumático.

Professora Leonice Salles, sabe bem as dificuldades de adaptação que teve de enfrentar até estabelecer vínculo afetivo com um casal de adolescentes adotado por ela em outubro de 2016. O casal, já em idade avançada para adoção, conviveu na casa abrigo por mais de 5 anos. “O ambiente de uma casa de apoio, apesar de suprir as necessidades básicas destas crianças, não é o mesmo se estivessem convivendo familiarmente com outras pessoas”, conta.

Ela conta ao RN que inicialmente teve certa dificuldade para estabelecer um relacionamento familiar com os jovens por terem passado um longo período longe do convívio familiar, fator que seria amenizado com o projeto “Família Acolhedora”, que neste caso, cumpriria o papel de acolher estes jovens até a adoção.

“Imagina se hoje, meus filhos, tivessem passado esses 5 longos anos na convivência de uma família! Cumprindo com suas obrigações escolar, domésticas e o mais importante, recebendo amor, carinho, estabelecendo uma relação afetiva com os membros desta família de transição. Isto certamente mudaria completamente a receptividade e adaptação no momento de conhecer seu novo lar, sua família adotiva”, explica.

Assista a reportagem em vídeo.

*Matéria atualizada para acréscimo de informações.