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Sidrolândia

'Continuidade de atos alvos de operação pode ter sido pivô de prisões', diz advogado

João Carlos Gomes Arguelho, muito embora só nesta segunda-feira terá acesso ao inquérito, acredita que agora a Justiça acatou o pedido de prisão.

Redação/ Região News

23 de Julho de 2023 - 20:06

'Continuidade de atos alvos de operação pode ter sido pivô de prisões', diz advogado
João Carlos Arguello, advogado de Tiago Basso. Foto: Paulo Francis

Defensor de Tiago Basso da Silva, um dos três presos na última sexta-feira pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), João Carlos Gomes Arguelho, muito embora só nesta segunda-feira terá acesso ao inquérito, acredita que agora a Justiça acatou o pedido de prisão em decorrência de fatores que sustentam a tese do MP de ter havido a continuidade dos “atos ilícitos”.

“O pedido de prisão dos citados foi negado na primeira fase da operação em maio, mas muito provavelmente, o Ministério Público apresentou provas que as irregularidades nos processos licitatórios realizados entre 2018 e 2019, não só se mantiveram como também os operadores foram mantidos", afirmou o causídico em entrevista neste domingo ao Região News.

Arguelho acredita que foi decretada a prisão de Tiago, Roberto Valençuelaba, Ueverton da Silva Macedo e Ricardo José Rocamara (este último ainda foragido), porque contra os quatro foram levados maior número de provas ao longo do processo investigatório. Tiago é um dos investigados da Operação Tromper do Gaeco, iniciada em maio deste ano.

'Continuidade de atos alvos de operação pode ter sido pivô de prisões', diz advogado
Homens do GAECO durante apreensão de documentos no Paço Municipal. Foto: Lucas Martins/ Região News

O objetivo do grupo é desarticular um esquema de sonegação fiscal, peculato, associação criminosa e fraudes em licitações na Prefeitura de Sidrolândia, que supostamente favoreceu as empresas Rocamora Serviços de Escritórios, R&C Comércio Serviços e Manutenção Ltda, Everton Lúcero e 3M produtos.

Conforme as investigações, foi identificado pelo Gaeco, através de quebra de sigilo bancário, que Tiago Basso da Silva, que até 2020 atuou em cargo comissionado como chefe do setor de execuções e fiscalização e atestava as notas fiscais, uma delas identificada em licitação supostamente fraudulenta, recebeu em sua conta pessoal R$ 2 mil de uma das empresas envolvidas no esquema, a PC Mallmann (Rocamora).

O advogado Fábio Ferraz defende Ricardo Rocamora, considerado foragido, e também Ueverton da Silva Macedo. Sobre o “sumiço” de Ricardo, ele diz que o cliente deve se apresentar, mas que não teve contato com ele nesta sexta-feira, apenas com a família. Ele vai fazer o pedido de liberdade de ambos

Márcio Sandim assiste Roberto Valençuela e afirma que mesmo sem acesso à decisão que autorizou a atual prisão, vai ingressar com habeas corpus. “Acredito que após a primeira fase eles analisaram o que foi apreendido e entenderam que havia porquê para pedir a prisão”, analisou.

Entretanto, enfatizou que seu cliente tem endereço fixo, é réu primário e empresário com os registros regulares. “Desde a primeira fase, ele colaborou com tudo que foi solicitado. Não sei a fundamentação que deferiu a prisão de agora, mas entendo que ela é desnecessária. É mais razoável adotarem medidas cautelares”, avalia.