Cotação do milho cai 56%, e produtores já projetam safrinha com prejuízo

O milho safrinha começou a ser colhido com a perspectiva de uma grande produção, mas a projeção é de prejuízo, na melhor das hipóteses, para o produtor que conseguir uma produtividade média de 124 sacas por hectare. Isso será o suficiente apenas para pagar os custos.

Esse cenário de prejuízo na comercialização foi apresentado aos produtores associados no entreposto de Sidrolândia por dirigentes e analistas da COAMO durante uma reunião de campo referente ao primeiro semestre. A recomendação é que eles adotem um ritmo gradual de comercialização para evitar o excesso de oferta de grãos no mercado e, assim, evitar uma maior queda nos preços.

Conforme demonstrado em planilha pelo diretor executivo da Coamo, Airton Galinari, os custos de plantio da atual safra foram inflacionados devido ao alto preço dos insumos de produção quando foram adquiridos em dezembro.

Esse desequilíbrio entre oferta e demanda resultou em um custo médio de produção de R$ 4.612,37 por hectare. Com a cotação do grão na época em R$ 86,00, o produtor precisaria vender 53 sacas para cobrir os custos.

O problema é que o preço despencou 56%, baixando para R$ 37,00. Com essa cotação, será necessário vender 124 sacas para cobrir os custos de produção de um hectare. Na safra passada, a produtividade média em Sidrolândia foi de 108 sacas por hectare, e a expectativa é que esse desempenho se repita neste ano.

O que pode atenuar o impacto do prejuízo é a disposição do Governo Federal de abrir um leilão para comprar 500 mil toneladas, ao preço de R$ 56,20, a fim de formar estoques reguladores. Confira a reportagem em vídeo da reunião de campo promovida pela Coamo.