Sidrolândia
Defesa pede exame para provar que assassino de garoto tem problemas mentais
Advogado requereu um laudo de sanidade mental do acusado, reforçando o pedido com a informação de que na infância Ivan teria sido aluno da APAE.
Flávio Paes/Região News
13 de Outubro de 2019 - 21:30
O advogado David Olindo, na defesa prévia de Ivan Alyffer Albuquerque, assassino confesso do garoto Luiz Otavio Santana de Lima, de apenas 11 anos, levantou a tese de que o rapaz sofre de problemas mentais, portanto não teria plena consciência do ato criminoso no último dia 8 de junho na Fazenda Furnas,zona rural de Sidrolândia..Ele requereu um laudo de sanidade mental do acusado, reforçando o pedido com a informação de que na infância Ivan teria sido aluno da APAE. David pede também que haja uma nova reconstituição do crime, com a participação da defesa do acusado.
Na avaliação de Olindo o crime foi uma fatalidade, “motivada por idiotice de quem não tem capacidade mental, posto que de fato, ocorreu a "brincadeira" de ajoelhar, descrita na peça acusatória, mas tudo isto antes do momento fatídico”.
O advogado tenta desmontar a tese apresentada pelo Ministério Público, que Ivan teria matado Luiz Otávio para se vingar da mãe do garoto, responsável por denunciá-lo por violência doméstica. “O que havia entre vítima e acusado era relação de amizade, e nunca houve desejo do autor em cobrar qualquer vingança de quem quer que seja, e menos ainda do falecido, posto que, tal fato é por demais vago”.
Denuncia
Ivan foi denunciado pelo Ministério Púbico por homicídio doloso (quando há intenção de matar); por motivo torpe (teria cometido o crime para se vingar da mãe da vítima, que supostamente o havia denunciado por violência doméstica). Ele será julgado pelo Tribunal do Júri por ter matado no último dia 8 de junho, com um tiro (de espingarda calibre .22) na barriga, Luiz Otávio Santana Lima, um garoto de 11 anos.
Pode ser condenado a pena de até a 40 anos de prisão, sendo 30 pelo crime, acrescidos de mais um terço (10 anos) pelas qualificadoras (motivação banal, ter atraído a vítima, uma criança, sem chance de se defender). No último dia 24 de junho promotora Clarissa Carfotto Torres, em substituição, ofereceu denúncia que foi acatada no dia seguinte pelo juiz que então respondia pela Vara Criminal, Fernando Freitas.
Conforme o inquérito, no dia último de 8 junho, Ivan, convidou a mãe do menino assassinado, Maria Aparecida Santana e os dois filhos dela (Luiz Otávio e um outro garoto), para passearem na Fazenda Furnas (região do Bolicho Seco). Lá, saiu para caçar jacaré em companhia dos irmãos, ambos menores de idade. Na volta à sede da propriedade, em dado momento, o acusado, que segurava na mão da vítima, determinou a Luiz Otávio que se ajoelha-se e rezasse o "Pai Nosso". Terminada a oração Ivan chamou os dois irmãos de vagabundos.
Na retomada da caminhada, o menino que acabou assassinado tentou acelerar os passos para alcançar o irmão que estava adiante, mas foi impedido pelo acusado que disparou a espingarda e o feriu na barriga. Socorrido, o garoto morreu a caminho do hospital. Ivan nem teve tempo de fugir e foi preso em flagrante. Apresentou versões contraditórias.
No primeiro interrogatório disse que Luiz Otavio teria sido morto por acidente, já que teria entrado na frente no momento em que atirava contra um jacaré. Posteriormente, garantiu que pedira a vítima para se ajoelhar e rezar por brincadeira.
Atirou supondo que não havia projéteis na espingarda. Só que além do projétil disparado, no coldre na arma, haviam quatro munições do mesmo calibre. Ivan teria matado Luiz Otávio, como forma de se vingar da mãe dele, que teria provocado sua prisão em 2018, ao denunciá-lo na Polícia por violência doméstica contra a esposa, que é sobrinha de Maria Aparecida Santana.