Enelvo Júnior pode responder por quebra de decoro na comissão de Ética da Câmara

O aposentado João Batista Ribeiro, conhecido como Titã, protocolou documento na presidência da Câmara, com cópia para a Comissão de Ética e a Procuradoria da Mulher, cobrando providências contra o vereador Enelvo Felini Júnior (PSDB) por quebra de decoro parlamentar. Se a acusação for comprovada, pode custar ao vereador desde uma advertência até a punição extrema da cassação do mandato.

Procurado pela reportagem, o vereador, por meio de mensagem de WhatsApp, disse que ainda não foi notificado pela Câmara e só vai se manifestar quando for informado oficialmente. A acusação de quebra do decoro parlamentar é mais um capitulo do embate que Júnior vem travando há alguns dias com Titã. O embate começou nas redes sociais, onde o aposentado fez postagens colocando em dúvida a liberação de R$ 650 mil de uma emenda para saúde, do deputado federal Dagoberto Nogueira, apadrinhada por Felini Júnior.

Na última segunda-feira vazou e viralizou nos grupos de Whats o áudio de Enelvo Júnior que encaminhou ao diretor do Hospital Elmíria Silvério Barbosa, Jacob Breure. A mensagem se refere a dona Alda Xavier de Almeida Ribeiro, de 55 anos, esposa de Titã que de forma ofensiva, o vereador cobra sua demissão do hospital onde trabalha há 23 anos como cozinheira. João Batista esteve na última terça-feira na Câmara, durante a sessão, para tirar satisfações com Júnior Felini.

Dona Alda foi à Polícia e registrou boletim de ocorrência contra o vereador por injúria e perturbação de trabalho ou do sossego alheio. O documento ainda revela que a advogada e namorada do parlamentar, Ana Donato, compareceu no trabalho da cozinheira para tentar um acordo. O depoimento da funcionária do hospital afirma que foi uma tentativa de forçar a não exercer o direito de denunciar o caso.

A filha de Alda, Vitória de Almeida Ribeiro, disse que a mãe nunca se envolveu com política. “Minha mãe nunca nem viu o vereador. É briga política, já que o pessoal do hospital é de outro partido e faz oposição a prefeita. Foi um cala boca e uma ameaça de demissão porque meu pai João Batista, Titã, questionou o vereador nos grupos de WhatsApp da cidade em relação a uma verba parlamentar".

Num vídeo gravado nas redes sociais, Enelvo Júnior disse que agiu de forma exaltada. "Eu estava muito nervoso porque é uma emenda de R$ 650 mil para o hospital e estão alegando que não existe. O secretário de Saúde fala que ela não existe, mas ele mesmo cadastrou a emenda“, argumenta. O vereador alega que não quis ofender a mulher. "Chamei o marido dela no meu gabinete e falei que não conheço ela. Pedi perdão e desculpa. Não era para enviar para ela. Enviei para o presidente do hospital. Era um áudio privado que eles mandaram nos grupos. Agora estão fazendo isso de forma política. As palavras não eram para ser para ela. E não houve ameaça da advogada. Eu fui lá tentar pedir desculpas e a dona Alda não quis me receber”, explica.