Sidrolândia
Investigador é preso acusado de abusar sexualmente de detenta na 'Sala Lilás' da DEPOL de Sidrolândia
O policial teria retirado a mulher da cela e abusado sexualmente da vítima na Sala Lilás, exatamente o espaço da unidade policial dedicado ao atendimento de mulheres vítimas de violência de gênero.
Redação/Região News
14 de Abril de 2022 - 12:20
Está preso na 3ª Delegacia de Campo Grande, para onde foi levado, um investigador da Polícia Civil lotado na Delegacia de Sidrolândia. Ele é acusado de na segunda-feira à noite ter estuprado uma mulher de 42 anos que estava presa.
O policial teria retirado a mulher da cela e abusado sexualmente da vítima na Sala Lilás, exatamente o espaço da unidade policial dedicado ao atendimento de mulheres vítimas de violência de gênero.
Há registros em imagem da retirada da presa da cela e de entrega de um aparelho de celular aos presos numa tentativa de fazer com que silenciassem sobre o crime. O abuso foi descoberto na manhã de terça-feira, um dia depois do crime, ocasião em que homens que ocupavam uma cela da delegacia solicitaram a presença da delegada da cidade.
Eles relataram à delegada que na noite anterior escutaram a vítima chorando. A mulher teria então contado que foi abusada sexualmente pelo investigador. Os próprios detentos teriam questionado o suspeito sobre o ocorrido, ocasião em que escutaram que não teria tido “nada”.
O servidor ainda teria alegado que a presa estava menstruada, por isso, foi retirada por ele da cela. Ao ser informada sobre o ocorrido, a delegada falou com a vítima. Segundo a detenta, o policial teria ido até a cela dizendo que seu advogado estaria na delegacia e desejava conversar. Foi neste momento que, de acordo com a presa, ela foi retirada da carceragem.
À delegada, a vítima contou ainda ter sido levada para uma sala com sofá cinza, onde havia brinquedos de criança espalhados pelo chão. No local, a mulher afirma ter sido obrigada a ficar de joelhos, ocasião em que foi obrigada a fazer sexo oral no suspeito. De acordo com a denúncia, a mulher ainda sofreu outros abusos no lugar.
Para não deixar vestígios nas roupas da vítima, o servidor teria ejaculado em suas próprias mãos. Muito abalada, a vítima relatou todos os detalhes do abuso chorando muito. Em novo depoimento, desta vez, na sala da delegada, a mulher contou que dias antes, no dia 4 de abril, o mesmo servidor havia levado ela para um quarto, onde tinha uma bicama e um banheiro ao lado, onde foi obrigada a ter relação sexual com o suspeito. Após o ato, a mulher afirmou ter sido obrigada a tomar banho.
Na ocasião, o suspeito também teria ameaçado a vítima, dizendo que se ela contasse alguma coisa, iria atrás dela “até no inferno”. Ele também teria afirmado que, como a vítima não possui familiares na cidade, ninguém sentiria sua falta. Imagens de câmeras de segurança e confirmaram que o policial retirou mulher da cela, segunda-feira, às 18h23.
Pelas imagens, ainda é possível ver que a presa foi levada de volta à cela, 20 minutos depois. Já o telefone celular teria sido entregue aos presos por volta das 19h30. A detenta que dividia cela com a vítima também confirmou que a companheira foi retirada pelo investigador.
O caso foi informado ao diretor de Polícia Civil de Campo Grande e, com isso, policiais da Corregedoria foram atrás do servidor, localizando e conduzindo o policial à delegacia. No local foi dada voz de prisão ao suspeito.
O que diz a Polícia Civil
Segundo o site primeira página, a delegada informou que o caso está em segredo de justiça e, por isso, não está autorizada a falar sobre o assunto. diretor do Departamento de Polícia da Capital, Wellington de Oliveira, reforçou que o caso é investigado em segredo de justiça, mas confirmou que o suspeito foi preso em flagrante.
Segundo apurado, após a justiça decretar a prisão preventiva do policial, o servidor permanece em uma das celas da 3ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande, carceragem exclusiva para integrantes da corporação.