Sidrolândia
Linhas que motivaram CPI custam R$ 107 mil por mês e representam 12,77% dos gastos com transporte escolar
As linhas atendem estudantes residentes nos assentamentos Capão Bonito 2, Barra Nova 2, além das Fazendas.
Flávio Paes/Região News
26 de Fevereiro de 2019 - 13:47
A análise dos roteiros e a planilha de pagamento de seis linhas que transportam alunos da Escola Municipal Monteiro Lobato, no Assentamento Capão Bonito 2, zona rural de Sidrolândia, despertou suspeitas no vereador Cledinaldo Custódio e o motivou a propor uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os gastos da Prefeitura com o transporte escolar. As linhas atendem estudantes residentes nos assentamentos Capão Bonito 2, Barra Nova 2, além das Fazendas Balsamo e Novo Horizonte.
Essas linhas geram um custo mensal de R$ 107,360 mil, mais de R$ 1 milhão ao longo do ano letivo, representando quase 13% das despesas totais com o transporte escolar, que conforme a previsão orçamentária, deve custar neste ano R$ 8,98 milhões.
São quatro ônibus e três Kombis, que segundo os relatórios da Secretaria Municipal de Educação, percorrem em média (algumas até a noite) 726 quilômetros por dia. Das seis linhas, três são exploradas pela Amandino Oliveira Terra de propriedade do padrasto do vice-prefeito.
Só nestes itinerários, com dois ônibus e duas Kombis, a Amandino fatura por mês R$ 53.341,20, o que corresponde a quase 50%, dos gastos com o transporte escolar nesta região. Lá também atuam as empresas VIP Tur Transporte Turismo, a Clemilton José Fernandes e a Rosa Sheila que disponibiliza uma Kombi com capacidade para 15 passageiros que percorre 190 km pela manhã e à tarde (entre a escola e a Fazenda Bálsamo).
Cobra R$ 8,50 por quilômetro rodado, o que gera um faturamento mensal de R$ 23.800,00. O trajeto mais longo (167,4) é o da linha explorado pela Clemiton José Fernandes, que transporta os alunos da Fazenda Primavera até a Escola Monteiro Lobato. A linha tem um custo de R$ 4,44, um custo diário de R$ 743,25, R$ 14.865,12 por mês.
O vereador Cledinaldo Cotócio diz ter recebido denúncias de que algumas empresas não estariam fazendo efetivamente as quilometragens que registraram, computando dias em que não houve aula nas escolas rurais. Diante das suspeitas decidiu propor a CPI.