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Sidrolândia

Pai e uma tia de Marielly acompanham julgamento de Hugleice e Jodimar

Sentados na primeira fila estão o pai de Marielly, Marcos Rodrigues e uma tia paterna da vítima.

Redação/Região News

15 de Setembro de 2022 - 10:45

Pai e uma tia de Marielly acompanham julgamento de Hugleice e Jodimar
Julgamento Hugleice da Silva e Jodimar Ximenes. Foto: Paulo Francis/CG News

Apenas dois familiares de Marielly Barbosa Rodrigues estão no Fórum de Sidrolândia acompanhando o tribunal do júri em que estão sendo julgados Hugleice da Silva e Jodimar Ximenes, acusados do aborto, seguido de morte e ocultação do cadáver da jovem na época com 19 anos. Sentados na primeira fila estão o pai de Marielly, Marcos Rodrigues e uma tia paterna da vítima.

Atentos ao julgamento, nenhum dos dois quis dar entrevista na manhã desta quinta-feira. A tia, Renata, se limitou a dizer que “a mãe de Marielly não veio”. A tia chorou ao ouvir um dos primeiros depoimentos do dia, da investigadora Maria Campos, que trabalhou nas buscas da jovem.

Pai e uma tia de Marielly acompanham julgamento de Hugleice e Jodimar

A família tem papel fundamental nessa história que começou em maio de 2011. Após o desaparecimento da filha, a mãe Eliane Barbosa Rodrigues e a irmã mais velha de Marielly, Mayara Bianca, registraram Boletim de Ocorrência em busca da estudante e fizeram até manifestação na Avenida Afonso Pena, apelando por informações.

Semanas depois, o corpo foi encontrado e a perícia desenhou como tudo ocorreu. A jovem havia engravidado do próprio cunhado, Hugleice da Silva, marido de Mayara, que convenceu Marielly a fazer aborto. Por R$ 500, ele contratou o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes para procedimento em Sidrolândia. Mas tudo deu errado e por isso os dois são julgados hoje.

A jovem morreu, Hugleice e o enfermeiro ocultaram o corpo e negaram por dias o envolvimento. Durante as investigações, a polícia civil também chegou à conclusão que família dela “mentiu muito” e atrapalhou as investigações. O delegado responsável à época, Fabiano Góes Nagata, garantiu que mãe e irmã tentaram encobrir a participação de Hugleice, inclusive, criando álibi falso.

Segundo a Polícia Civil, todos os familiares da garota declararam em depoimento que o rapaz estava em casa, em frente ao computador às 18 horas do dia 21 de maio, sábado, dia em que a jovem desapareceu. Entretanto, a quebra de sigilo telefônico mostrou que a torre da operadora de celular utilizada por Hugleice apontou que no dia e horário citados, o cunhado estava em Sidrolândia, município onde o corpo da jovem foi encontrado e onde mora Jodimar.

Hugleice tinha muita influência na família da esposa porque sustentava as três mulheres: a mulher, a cunhada e a sogra. Marielly estava grávida havia 4 meses, mas os parentes dela alegaram não saber quem era o pai. Ao fim do inquérito, o delegado afirmou que os dois poderiam ter evitado a morte da jovem. “Eles poderiam ter a levado para o hospital. Mas acreditando na possibilidade de o crime ficar impune não a levaram”.

Depois de ser solto para responder ao processo em liberdade, Hugleice se mudou com a mulher e a sogra para o Mato Grosso. Mas voltou a cometer crimes.

Atualmente preso na Penitenciária Major Eldo de Sá Corrêa, em Rondonópolis, onde cumpre pena por homicídio tentado qualificado ocorrido em 2018 contra a esposa, Mayara Barbosa, irmã mais velha de Marielly. Ele foi condenado no dia 11 de novembro de 2020 a 12 anos e 3 meses de reclusão em regime inicial fechado.