Sidrolândia
Revisão de benefício do INSS deixa mais de 100 trabalhadores praticamente sem renda
Cerca de 100 trabalhadores, afastados das atividades por problemas de saúde, estão há vários meses sem renda em Sidrolândia.
Flávio Paes/Região News
09 de Setembro de 2018 - 19:48
Aproximadamente 100 trabalhadores, a maioria da Seara, afastados das atividades por problemas de saúde, estão há vários meses sem renda, desde que o INSS suspendeu o auxílio-doença, dentro do processo de revisão feito rotineiramente. Atualmente 160 funcionários do frigorífico estão de licença, mas nem todos, perderam o benefício.
Quem está passando por esta situação é Jorge Alves de Souza, que há quatro meses parou de receber R$ 1,1 mil da Previdência, tentou voltar a trabalhar, mas a empresa não aceitou porque ele entrou na Justiça na esperança de reaver o “auxílio” do INSS. Ele e a família passam por dificuldades, recebendo uma cesta básica do Sindicato, conforme prevê a convenção coletiva da categoria.
Sua esperança é que a perícia judicial agendada para o dia 11 de novembro, por determinação do juiz Fernando Moreira Freitas, lhe seja favorável e ele não só volte a receber o auxílio-doença (retroativo a maio), mas consiga se aposentar por invalidez.
Jorge diz que desde 2003 sofre com dores lombares decorrentes do esforço repetitivo que suas tarefas como ajudante de produção lhe impunham. Continuou trabalhando até que em 07 de abril de 2005, sofreu um acidente de trabalho e seus problemas de saúde se agravaram.
Ficou um período afastado, mas o benefício foi suspenso e em 2009 entrou na Justiça que só em 2011 garantiu o auxílio-doença que recebeu por mais de sete anos, até ser cancelado no último 24 de maio. Por duas vezes o perito do INSS entendeu que o funcionário tem uma tendinite crônica, mas ele poderia voltar ao trabalho numa atividade na qual não precisasse forçar tantos os braços.
Diante do pedido de liminar, para restabelecer o benefício, o juiz negou e optou por decidir apenas depois da perícia judicial do dia 11 de novembro, designando o médico José Roberto Amim para examinar Jorge que vai responder a uma série de perguntas sobre as reais condições de saúde do trabalhador.
Outro que está passando por dificuldades é o trabalhador rural Matias de Lima Gonçalves, 42 anos, do Assentamento Jiboia. Ele chegou a perder o auxílio-doença, obteve liminar na Justiça para voltar a receber um salário mínimo de benefício. Desde 2012 já se submeteu a duas cirurgias neurológicas para extração de tumores (benignos) do cérebro.
Segundo a esposa de Matias, Fabiana Maria Fonseca, a doença praticamente o incapacita para a lida no campo. “Montei uma pequena mercearia para garantir alguma renda”, conta, dona Fabiana. Com o senhor Matias doente, a produção de leite praticamente parou, embora o casal, tenha 30 vacas leiteiras.