Sidrolândia
Sindaves cobra indenização de R$ 400 mil a JBS em favor de catadores pó
Eles foram demitidos em 14 de abril e, agora, três meses depois, ainda não receberam as verbas rescisórias.
Redação/Região News
14 de Julho de 2023 - 16:58
O Sindaves entrou com uma ação contra a JBS, cobrando R$ 400 mil em favor de 76 trabalhadores que atuam na coleta de frangos, contratados por empresas terceirizadas. Dentre esses trabalhadores, 15 indígenas recrutados na Comunidade Buriti. Eles foram demitidos em 14 de abril e, até agora, três meses depois, ainda não receberam as verbas rescisórias.
A empresa responsável por contratá-los é a Milene da Costa Domingues, tem como endereço , registrado na Junta Comercial, uma casa residencial na Rua Miguel João de Castro, em Dois Irmãos do Buriti. Como a empresa terceirizada não tem recursos para arcar com os pagamentos, a JBS é responsabilizada solidariamente.
Além das verbas rescisórias, o Sindaves, segundo Sérgio Bolzan, vice-presidente do Sindicato, está cobrando uma indenização por danos morais porque estaria submetendo os funcionários a "condições de trabalho degradantes".
Eles estavam morando em alojamentos precários e eran submetidos a jornada de trabalho de 14 horas sem intervalo para descanso, além de não receberem pagamento de hora- extra. A rotina de trabalho inclui o embarque e o carregamento nos caminhões de caixas de frango que chegam a pesar 24 quilos.
O Ministério Público do Trabalho (MPT), que foi informado pelo sindicato sobre as condições de trabalho dos coletores de frango, afirmou estar conduzindo investigações preliminares sobre o assunto, inclusive para determinar se esses trabalhadores estavam empregados sem registro em carteira.
A JBS informou que ainda não foi notificado sobre a ação e que irá apurar os fatos relatados em conjunto com o fornecedor. A empresa ressalta que mantém "rígidos protocolos e controles em suas operações" para garantir que todos os seus fornecedores comprem as obrigações legais e de bem-estar dos funcionários. A JBS também afirma que são realizadas vistorias técnicas para verificar todo o processo de coleta e a regularidade das empresas prestadoras de serviços.
Bolzan afirmou que havia evidências de suposta exploração em abril, quando ele fez uma visita surpresa ao local onde alguns coletores de frango estavam sendo alojados, com o intuito de documentar as condições em que viviam.