Sidrolândia
Troca de tiros que acabou na morte de adolescente foi desfecho de discussão em conveniência
Flávio Paes/RN
14 de Fevereiro de 2021 - 19:06
A troca de tiros que resultou na morte da adolescente Pamela Silveira Saturnino, de 17 anos, aconteceu no final da Rua Tomas Cáceres, no Bairro São Bento, em frente da casa da namorada de E.R.F, baleado de raspão no braço direito. O episódio foi o desfecho de uma discussão em uma Conveniência – localizada na Avenida Dorvalino dos Santos, envolvendo M.H.S e E.R.
Pelo que a Polícia Civil apurou até agora, M.H teria tentado bater e ameaçado o adolescente D.R.A, amigo de E.R, inconformado porque o rapaz de 17 anos é amigo da ex-mulher dele, o já citado, M.H.
Conforme a versão de E.R, que prestou depoimento na Delegacia ainda na madrugada deste domingo e foi liberado, por volta das 2h30 deste domingo estava na conveniência junto com a namorada, a prima dela e o amigo adolescente, quando foram advertidos por uma guarnição da Polícia Militar em ronda pelo local, para irem pra casa, porque estavam violando o toque de recolher, iniciado às 23 horas do sábado.
Os quatro foram para casa da namorada de E.R no Bairro São Bento. No caminho avistaram o Volkswagen Gol Vermelho de M.H circulando em alta velocidade. Momentos depois, o veículo estacionou em frente da casa da namorada de E.R.
Ele teria saído na calçada e abordou M.H se aproximando da porta do passageiro do Gol. Neste momento tiveram um rápido diálogo, aparentemente amistoso, quando olhou para dentro do carro, foi surpreendido por um disparo em direção ao seu peito, mas ele desviou e a bala o atingiu de raspão no braço. Teria então corrido para se proteger dos disparos que se seguiram.
Depois que o Gol foi embora constatou que seu amigo, D.R.A, estava ferido no pescoço e o levou de imediato para atendimento médico. Deixou o garoto no hospital e se dirigiu ao quartel da Polícia Militar, que fica perto dali, para denunciar a dupla tentativa de homicídio. Quando voltou ao hospital, se deparou com M.H, que trouxe a adolescente P.S para ser socorrida, mas ela morreu provavelmente no trajeto.
E.R diz desconhecer quem matou a garota e atirou em M.H. O crime foi assumido pelo seu amigo adolescente, D.R.A, mas ele garantiu desconhecer que o rapaz estivesse armado.
A versão tem vários aspectos nebulosos que só com os depoimentos das testemunhas e o exame de balística dos 4 projéteis deflagrados do revólver calibre 38 de M.H, poderão ser esclarecidos. Não está claro, por exemplo, como M.H sabia exatamente onde seus desafetos, E.R e o adolescente, estariam após deixar a conveniência parece, pouco usual, que alguém se disponha a conversar de peito aberto – se debruçando na janela do passageiro do veículo de um desafeto com quem discutira minutos atrás.
Soa inverossímil que ele tenha conseguido desviar de um disparo praticamente feito a queima roupa, provavelmente fatal se acertasse seu peito, ao ponto do tiro o atingir de raspão no braço. Ao mesmo tempo o adolescente, que não estava tão próximo assim do atirador, foi atingido no pescoço.