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SIDROLÂNDIA- MS

Alerta sanitário fecha 30 aviários e prejuízo de produtores pode chegar a R$ 6 milhões

Os produtores podem deixar de faturar até o fim do ano R$ 6 milhões, o que corresponde a receita bruta da entrega de três lotes.

Redação/ Região News

13 de Agosto de 2023 - 18:40

Alerta sanitário fecha 30 aviários e prejuízo de produtores pode chegar a R$ 6 milhões
Foto: Reprodução

Há 60 dias pelo menos 30 aviários de produtores integrados à unidade de Sidrolândia da JBS estão interditados para se adequarem às exigências sanitárias do Iagro como parte das medidas de prevenção à influenza aviária H5N1 em Mato Grosso do Sul. Há 400 aviários integrados mantendo o ciclo de produção normal.

Com a medida, que foi adotada em cumprimento ao estado zoosanitária em vigor desde junho, deixam de ser alojados 1,8 milhão de frangos, reduzindo em 10% o abate diário no frigorífico (de 210 para 190 mil animais). Os produtores podem deixar de faturar até o fim do ano R$ 6 milhões, o que corresponde a receita bruta da entrega de três lotes.

Um dos avicultores atingidos pelas medidas sanitárias restritivas, entrevistados pela reportagem do Região News, neste ano só conseguiu entregar para abate, 120 mil frangos referentes a dois lotes, quando no final deste mês deveria estar disponibilizando para a indústria o quarto lote.

Como cada ciclo de produção demora em média 60 dias (entre engorda do lote e o período de preparação das granjas para receber novos pintinhos), este produtor, dono de três aviários , que  aloja 60 mil frangos, no cenário mais otimista acredita que neste ano só consiga abastecer a indústria com mais um lote. Ele projeta um prejuízo de R$ 200 mil até o fim do ano .

Os técnicos da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal já estiveram na propriedade duas vezes. O produtor, que pediu para ter sua identidade preservada, conta que os fiscais na primeira visita fizeram exigências de adequação dos galpões, atendidas por ele. Na segunda fiscalização, supostamente para avaliar o que tinha sido feito e liberar o recebimento de pintinhos para engordar, fizeram novas recomendações que ele também seguiu.

"Agora estou parado, sem alojar, tendo que gastar com as melhorias e torcer para que sejam aprovadas. Concordo que precisamos adotar todos os cuidados para evitar influenza aviária. Acredito que não precisaríamos fechar os aviários. Sem alojar, não vamos acabar sem recurso para cumprir as exigências do Iagro. Eles poderiam dar um prazo para a adequação. Conforme a propriedade fosse remunerada, a gente iria se ajeitando", comenta em tom de desabafo.

O produtor diz que sua propriedade segue todas as recomendações da Iagro, precisaria substituir alguns itens instalados já há algum tempo. Entre as exigências algumas são básicas, como vedação das caixas d'água, cerca ao redor da granja, galpões com álcool e sabonete pra lavar as mãos.

Gripe aviária

Na última sexta-feira, o Ministério da Agricultura informou que dois novos focos de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP, vírus H5N1) em aves silvestres foram detectados no Brasil. No total, há 77 casos da doença em aves silvestres no País e dois focos em produção de subsistência, de criação doméstica. De acordo com o ministério, há outras 13 investigações em andamento, com coleta de amostra e sem resultado laboratorial conclusivo.

As notificações em aves silvestres e ou de subsistência não comprometem o status do Brasil como país livre de IAAP e não trazem restrições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros, conforme prevê a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, o Brasil continua livre de gripe aviária para aves comerciais. O país é líder nas exportações de frango para o mundo, com 35% do mercado global, tendo exportado 2,629 milhões de toneladas exportadas entre janeiro e junho deste ano.

Com a decretação do estado de Emergência Zoossanitária, Mato Grosso do Sul já reivindicou ao Governo Federal o aporte de recursos no montante de R$ 2,7 milhões para reforçar as barreiras sanitárias e as unidades móveis de fiscalização, além da adoção de outras medidas que se fizerem necessárias para conduzir o Sistema de Monitoramento, Avisos e Ações que é gerido pelo Grupo Especial de Atenção à Suspeita de Enfermidades Emergenciais ou Exóticas de Mato Grosso do Sul (GAESE/MS).