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SIDROLÂNDIA- MS

Avicultores contabilizam prejuízo de R$ 6 milhões com a morte de frangos devido à falta de energia elétrica

Alguns produtores entraram na Justiça para exigir indenização da Energisa, distribuidora de energia, que, segundo eles, não estaria realizando a manutenção adequada da rede de distribuição que abastece os aviários.

Redação/Região News

08 de Novembro de 2024 - 13:53

Avicultores contabilizam prejuízo de R$ 6 milhões com a morte de frangos devido à falta de energia elétrica
Os frangos não resistiram ao calor durante interrupções no fornecimento de energia elétrica. Foto: Divulgação

Avicultores de Sidrolândia estão enfrentando prejuízos devido à mortandade de frangos que não resistiram ao calor durante interrupções no fornecimento de energia elétrica, o que afetou a refrigeração dos aviários. Alguns produtores entraram na Justiça para exigir indenização da Energisa, distribuidora de energia, que, segundo eles, não estaria realizando a manutenção adequada da rede de distribuição que abastece os aviários.

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A Associação que representa o setor calcula que, nos últimos 12 meses, o prejuízo tenha chegado a R$ 6 milhões com a morte de 486 mil frangos que estavam prontos para o abate. Essa estimativa, de acordo com o presidente da entidade, Jean Zimmer, considera o custo médio de R$ 12,50 por ave para engorda.

Avicultores como Roger Cúnico, que há 25 anos possui aviários na região do Assentamento Vista Alegre, precisaram investir em geradores a diesel para evitar mais prejuízos com a perda de animais. Os galpões foram climatizados e equipados com placas evaporativas para resfriar a temperatura, mas a falta de energia compromete o ciclo de engorda até que os frangos atinjam o peso ideal para o abate. “Falta manutenção adequada na rede; nem mesmo os postes que vergaram após o vendaval foram trocados”, explica Roger.

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Outro produtor, Aroldo Luza, também instalou um gerador de energia e entrou com uma ação judicial contra a Energisa há sete anos, pedindo o ressarcimento de R$ 62.892,40 pela perda de 8.796 frangos, cada um com peso médio de 2,75 kg. Em 20 de outubro de 2016, ele constatou que duas chaves da rede de energia haviam caído, e, após três chamadas sem resposta da Energisa, registrou um boletim de ocorrência relatando a perda de 7.823 frangos, no valor de R$ 55.935,45. Em 19 de dezembro de 2016, houve outra queda de energia, resultando na morte de mais 973 frangos e um prejuízo adicional de R$ 6.956,95. A audiência de instrução e julgamento do processo, que estava marcada para o último dia 22, foi remarcada para 2 de maio do próximo ano, às 15h30.

O produtor Delvair Silva Oliveira, que possui aviário no Assentamento Capão Bonito I, também recorreu à Justiça contra a Energisa, alegando prejuízo de R$ 66.645,16 com a morte de 4.876 frangos, que pesavam em média 2,68 kg cada. Os frangos morreram de calor devido a interrupções no fornecimento de energia nos dias 22 e 23 de janeiro de 2022 (das 15h às 20h e das 11h15 às 17h25 do dia seguinte), o que paralisou os equipamentos de monitoramento, nebulização e ventilação. Sem refrigeração, os frangos se desidrataram, pararam de se alimentar e morreram ou perderam muito peso.

Em 20 de junho deste ano, o juiz Felipe Brígido condenou a Energisa a pagar ao produtor R$ 10 mil por danos morais e a ressarcir o prejuízo com a morte dos frangos. “Não há dúvidas de que a interrupção de energia por um período superior a 48 horas decorreu de falha na prestação do serviço pela parte requerida (a Energisa), razão pela qual deve ser obrigada a ressarcir as perdas e danos experimentados pela parte autora (o produtor), consistentes nas aves que morreram em virtude da falta de energia (estresse térmico) e nos lucros cessantes”, justificou o magistrado na sentença.